23 fevereiro 2013

Para todo dia...

Um livro para todos os dias
texto: Isabel Minhós Martins
ilustrações: Bernardo Carvalho
editora: Planeta Tangerina

Como dizia no final do último post (e lá se vão mais de 20 dias), o começo de 2013 foi bem estranho. E sobrecarregado. Mas não necessariamente ruim - o que não o deixa menos estranho. E daí que eu acabei sumindo daqui, às vezes por falta de tempo, às vezes por falta de saco e às vezes por falta de inspiração. Mau de todo blogueiro, eu acho... Foram tantas coisas nestes 53 dias, incluindo doença de marido, planejamento a jato de uma viagem marcada na loucura, muuuuito trabalho, escola nova da filha, 15 dias viajando no frio, filha doente, eu doente e mais trabalho. Ufa! Esse pobre bloguinho acabou mesmo esquecido...

Mas estou retornando minha atividades normais, porque adoro escrever aqui, adoro falar sobre livros infantis, e porque a vida é assim mesmo, cheia de idas e vindas, de momentos bons e outros nem tanto, e de sacos e inspirações que vão e voltam. Agora estou tão cansada, minha casa mantem um ar meio caótico em meio a roupas de frio e botas que preciso devolver aos donos, coisinhas adquiridas durante a viagem que precisam encontrar seu lugar e outras coisas que não sei exatamente porque estão nesse bolo... afffff Aliás, minha casa ainda está com "cara de 2012", já que ainda não fiz o famoso faxinão de início de ano (onde jogo tranqueiras fora e arrumo papéis, contas, documentos, etc). E estou cheia de pendências para resolver, enquanto confiro a temperatura da filha a cada hora...

Mas também tenho fotos deliciosas para separar, lembranças doces e saudades suaves da nossa viagem. Também há as novidades de uma filha que perdeu seu primeiro dente de leite e agora é aluna do Ensino Fundamental, numa escola nova e grande, com direito a estréias como aula de inglês e natação. Ah, e há as atrapalhações de uma mãe que pela primeira vez na vida está montando lancheira. Enfim, os últimos dias, além de movimentados, me lembraram que a vida é mesmo cheia de pequenas e grandes surpresas, e cada dia tem sua própria dinâmica. Há dias para cansar e dias para descansar, dias para lembrar e dias para esquecer, dias para calar e dia para falar.

Foi pensando em tudo isso que lembrei de Um livro para todos os dias, que adquiri na livraria Cabeçudos, em Lisboa. Minha admiração por Isabel Minhós e Bernardo Carvalho (os mesmos de Coração de Mãe e Pê de Pai) não é de hoje. Mas Um livro para todos os dias superou minhas expectativas. A receita da dupla se repete: menos cores, menos tamanho, menos texto, e muito mais significados, enquanto o pequeno livro de 17cm apresenta os vários tipos de dias que podemos ter.

Porque "há dias tão grandes que parecem um mês inteiro. Há dias que passam num abrir e fechar de olhos." E "há dias simples. Há dias, meu Deus, que são uma consusão." "Há dias quase vazios e dias que mudam as nossas vidas." Aquele livro para ler naquele dia meio triste, ou no dia muito alegre. Para ler no dia estranho e no dia normal. Para ler no dia corrido mas principalmente no dia muito calmo. O importante é acreditar que "melhores dias hão de vir"