tag:blogger.com,1999:blog-79784807247446017172024-02-19T00:46:23.353-03:00Cachinhos LeitoresMirtes Aquinohttp://www.blogger.com/profile/05745157049334554014noreply@blogger.comBlogger110125tag:blogger.com,1999:blog-7978480724744601717.post-56740552757562129392019-12-09T13:07:00.000-03:002019-12-16T12:04:42.609-03:00A morte, a vida e um desabafo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhU5ss0IihATJRllZvrSTbEdqFWdexUB3e1ddc18OfhQnRDaeYDsocaeahAw914Z5WNsClbnZ84U-NcC4JkQEa7QS4DobQ9QKW5Fxn1ZpwAwB6WlTeXMjrbkrM_gPjygXHOq6moTtS2YwA/s1600/o+urso+e+o+gato-mont%25C3%25AAs.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="391" data-original-width="499" height="312" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhU5ss0IihATJRllZvrSTbEdqFWdexUB3e1ddc18OfhQnRDaeYDsocaeahAw914Z5WNsClbnZ84U-NcC4JkQEa7QS4DobQ9QKW5Fxn1ZpwAwB6WlTeXMjrbkrM_gPjygXHOq6moTtS2YwA/s400/o+urso+e+o+gato-mont%25C3%25AAs.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b>O urso e o gato-montês</b></div>
<div style="text-align: center;">
texto: Kazumi Yumoto</div>
<div style="text-align: center;">
ilustrações: Komako Sakai</div>
<div style="text-align: center;">
editora: Outono</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Como abordar com uma criança um tema tão difícil para nós, ocidentais, quanto a morte? Talvez a maioria até pense que isso seria desnecessário, afinal, infância não combina com algo tão triste assim. Eu mesma já pensei isso. Logo eu, que tive que conviver com a morte de forma tão próxima no início da adolescência. É como se negar a finitude da vida e do que está ao nosso redor os tornasse infinitos.<br />
<br />
Mas não torna. Afinal, a morte é a única certeza, não é? E seguimos ignorando esse princípio básico, quase uma cláusula pétrea no contrato da vida. Preferimos esquecer tudo o que tivemos enquanto houve vida, e só pensar no que perderemos pelo seu fim. Isso dificulta um bocado as coisas, e por isso acho que esse livro deveria ser lido por todos, independente da idade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ele foi escrito e ilustrado por japoneses, e gosto de pensar que talvez por isso tenha uma dose tão equilibrada de sensibilidade e lucidez na abordagem do tema. Ele traz a trajetória que o urso teve que percorrer para passar pelo luto da perda de seu melhor amigo, e sair do outro lado para seguir sua vida. Um livro que fala da morte sem rodeios, mas também sobre amizade, companheirismo e lealdade, e sobre algo que é imprescindível para superar a dor de uma perda: o reconhecimento desse sentimento. O luto faz parte da vida, e por mais doloroso que seja, qualquer que seja a idade, precisa ser vivido.<br />
<br />
Eu tinha 13 anos quando minha mãe se foi. Minha irmã caçula tinha 4 anos, e coube a mim, por uma circunstância, explicar a ela que não, a mamãe não voltaria, nós não a veríamos. Nunca mais. Ela já sabia da morte, mas não tinha conseguido entender o que aquilo significava. Eu poderia ter chamado um adulto, eles estavam no cômodo ao lado, mas preferi explicar eu mesma, da maneira que me foi possível. E consolar o choro sofrido que veio com a minha resposta. Já não lembro exatamente o que disse, mas sei que continha céu e estrelinhas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu também sentia falta da mamãe, e também não entendia muito bem onde aquilo nos levaria. Talvez não devesse ser assim, mas foi. Por isso ressignificar o luto e a perda é essencial para seguir vivendo - assim como fez o urso. Porque toda perda envolve uma parte que vai e outra que fica. E se algo ficou é porque a vida precisa continuar...</div>
Mirtes Aquinohttp://www.blogger.com/profile/05745157049334554014noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7978480724744601717.post-57824044338196534992019-11-22T06:41:00.001-03:002019-11-22T06:41:03.153-03:00Malévola e o poder das sombras<div style="text-align: justify;">
Vou, com esse post, retomar a sessão <a href="http://cachinhosleitores.blogspot.com/search/label/O%20que%20os%20cachinhos%20assistem">O que os cachinhos assistem</a>, que acabou sendo tão pouco usada. Sim, no cabeçalho do blog temos as sessões <a href="http://cachinhosleitores.blogspot.com/search/label/O%20que%20os%20Cachinhos%20leem">O que os cachinhos leem</a>, <a href="http://cachinhosleitores.blogspot.com/search/label/O%20que%20os%20cachinhos%20ouvem">O que cachinhosouvem</a>, <a href="http://cachinhosleitores.blogspot.com/search/label/O%20que%20os%20cachinhos%20assistem">O que os cachinhos assistem</a>, <a href="http://cachinhosleitores.blogspot.com/search/label/O%20que%20mais%20os%20cachinhos%20curtem">O que os cachinhos curtem</a>, possibilitando que eu traga percepções sobre obras escritas, cantadas, filmadas e o que mais nos movimentar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuISo-k8TPPN8c0j6sNwiYGkta3ng7nrEPaIl1j5cg9WwlYG-NatzXSTyjJVu91txQqm9Z4caQuJyTxLcf6WkGmIyyNg8h-RJpAuMFwwQi1ADzQF6zv5eLk20pmtIrR2euBXgtnqd82Ao/s1600/male1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="540" data-original-width="960" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuISo-k8TPPN8c0j6sNwiYGkta3ng7nrEPaIl1j5cg9WwlYG-NatzXSTyjJVu91txQqm9Z4caQuJyTxLcf6WkGmIyyNg8h-RJpAuMFwwQi1ADzQF6zv5eLk20pmtIrR2euBXgtnqd82Ao/s640/male1.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Tenho que admitir que Malévola mexe muito comigo. Ainda lembro do dia que decidi assistir seu primeiro filme. Estava indo para o trabalho e vi um outdoor no caminho com aquela foto impactante de Angelina Jolie com chifres e um olhar perturbador. Não tinha a menor ideia do que se tratava, mas arrastei o marido ao cinema naquele mesmo dia. Foi já assistindo o filme que me dei conta que a protagonista era a fada má que amaldiçoa a Bela Adormecida.<br />
<br />
Adoro quando um personagem de
ficção faz isso comigo. Acho a história do filme interessante, de fato, mas é
ela, Malévola, quem rouba toda a minha atenção. Os fatos e personagens só dão
os contornos necessários para que ela se mostre. E isso acontece, claro, porque
rola comigo uma identificação clara e imediata com essa figura tão controversa
quanto encantadora.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Como Malévola se deixa tomar por
seus instintos mais perversos e traz a tona pela primeira vez toda a sombra que
há em si. E como Malévola, apesar de toda a dor e mágoa, se permite, no seu
íntimo, fazer o amor renascer. No segundo filme, o claro dilema entre o bem e o
mal, a luz e a sombra, encarnado dentro da mesma personagem, fica ainda mais
forte. Malévola me traz a difícil lembrança de que somos, cada um de nós, o
encontro dessas duas poderosas forças. E que fugir ou esconder essa realidade,
por mais dolorosa que seja, só causa mais sofrimento e dor.<o:p></o:p><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTkLUtZiu144iRj_5441Et_wpwXtRE9rwqxLdP9WO2HGShTW43GP5hsE167tHhIVpKFT3bPkQY_b5phsPEs-Qvq0MMspaGwm9GXI9fkyEdfSzWFcR3134zi3h0mC8LZZgXFsTjxfJWAJc/s1600/Malevola_.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="1024" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTkLUtZiu144iRj_5441Et_wpwXtRE9rwqxLdP9WO2HGShTW43GP5hsE167tHhIVpKFT3bPkQY_b5phsPEs-Qvq0MMspaGwm9GXI9fkyEdfSzWFcR3134zi3h0mC8LZZgXFsTjxfJWAJc/s400/Malevola_.jpg" width="400" /></a></div>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Há algum tempo ouvi no canal de
Rossandro Klinjey sobre quanta energia gastamos para esconder de nós mesmos as
nossas sombras. Energia que nos falta para agir positivamente sobre elas. Energia
que podia ser usada para encará-las com serenidade, com acolhimento, com
autoaceitação. Perceba que isso é mais do que reconhecer-se imperfeito, assumir
defeitos. Minha inveja, meu ciúme, minha mesquinharia, meu egoísmo (e vou parar
por aqui para não assustar ninguém)... são parte do que sou, ajudam a
estruturar meu eu, e se podem me colocar em atitudes reprováveis, podem também
me movimentar para atitudes positivas e amorosas – comigo mesma ou na relação
com os demais.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Porque nossas sombras são forças
poderosas, assim como as de Malévola, que podem destruir, amaldiçoar e ferir
profundamente - e escondê-las só potencializa seu poder destrutivo. Mas quando
são levadas à luz, olhadas e acolhidas, podem ser usadas para construir e prosperar.
Só quando você se olha como um todo, como sombra e luz, é capaz de fazer o
exercício que Malévola é levada ao final do filme: “nunca esquecer quem você é”.
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgd5I8Q3oyJIvgkDAguJ-Ig6yiC6WlZAC2DmMtDHGrrVJyjKalycan18UU9CEBf2G_ZZ9DVzSr6UiKs5bT3A0WtwnrdzYfkMwq-B_N9rGb7ee2c1FAxJYgmFR6qODQB-FUhJtWtzBIxiTQ/s1600/Malevola-2-Dona-do-Mal-poster-maleficent-poster-oficial-trailer-trailer-oficial-portugues.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="608" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgd5I8Q3oyJIvgkDAguJ-Ig6yiC6WlZAC2DmMtDHGrrVJyjKalycan18UU9CEBf2G_ZZ9DVzSr6UiKs5bT3A0WtwnrdzYfkMwq-B_N9rGb7ee2c1FAxJYgmFR6qODQB-FUhJtWtzBIxiTQ/s400/Malevola-2-Dona-do-Mal-poster-maleficent-poster-oficial-trailer-trailer-oficial-portugues.jpg" width="270" /></a></div>
<br />
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><i>Desse ponto em diante esse texto traz
alguns spoilers sobre o segundo filme, Malévola: Dona do Mal. Se não assistiu o
filme ainda, talvez seja melhor não avançar com a leitura.</i></b><o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No segundo filme, identifico a
simbologia dessas questões claramente no momento em que Malévola é levada a
esconder quem é, suas origens e suas sombras, e se mostrar como os outros (os humanos)
esperam que ela seja. Entretanto, é aí que ela é confrontada e tem suas fragilidades
expostas com crueldade – fazendo com que suas sombras a dominem e sua reação seja
feroz. Para mim, uma clara alusão ao poder nefasto que surge quando as sombras
são escondidas.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A partir desse momento, todos,
inclusive Aurora, a enxergam apenas por suas sombras. Ela é o mal, a treva, a
destruição – e precisa ser aniquilada. Mas a história dá uma reviravolta quando
Malévola se reencontra com sua ancestralidade, suas origens. Encontra outros
seres alados e de chifres, como ela, percebe de onde vem, entende a origem de
muitas de suas sombras. Não é um encontro fácil. Há dor e ressentimentos, e a
ideia de vingança parece em alguns momentos ser a única saída. <o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguh_e8CByHjAZDdNEF3T0ZYeEey7EdRkFmSXEcMXeuC0iWUSGVu3Z8CGdyjRoosJT0U65X4MjOO7k9prAj3wKHHfKtDlblViKdSUGtcNomxv1Bn3kEvOkCoj8Bv6da3pwz9sjAV9aGko8/s1600/malevola.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="540" data-original-width="1170" height="292" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguh_e8CByHjAZDdNEF3T0ZYeEey7EdRkFmSXEcMXeuC0iWUSGVu3Z8CGdyjRoosJT0U65X4MjOO7k9prAj3wKHHfKtDlblViKdSUGtcNomxv1Bn3kEvOkCoj8Bv6da3pwz9sjAV9aGko8/s640/malevola.webp" width="640" /></a></div>
<br />
Reconhecer nossa ancestralidade e
a origem das sombras que carregamos, é fundamental no processo de
autoconhecimento. É a partir daí que passa a ser possível entender e acolher o
nosso verdadeiro EU, e fica muito mais claro escolher o caminho a seguir. Malévola
faz sua escolha, e então a transformação pode acontecer. A simbologia desse
momento no filme me tocou profundamente, pois utiliza a figura da fênix, o
pássaro que ao morrer, queima e ressurge das próprias cinzas. <o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Há muitos anos, quando ainda
estava na faculdade, participei de uma atividade terapêutica e ouvi de um
colega do grupo que eu o fazia lembrar a fênix, com meus processos de recomeço
e transformação, e isso me marcou profundamente e de maneira muito positiva.
Desde aí a figura da fênix sempre me inspira. Ver Malévola, morta pelo ódio que
despertou, queimar e ressurgir das cinzas na forma de uma fênix gigante foi
para mim o ápice dessa intrigante viagem pela personalidade e conflitos da
personagem.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O final do filme, quem assistiu
sabe, deixa claro que Malévola constrói um equilíbrio entre suas luzes e
sombras, e pode finalmente transitar livremente entre os papéis que escolheu
assumir: a mãe da humana Aurora e um ser das trevas.<o:p></o:p></div>
<br />Mirtes Aquinohttp://www.blogger.com/profile/05745157049334554014noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7978480724744601717.post-48256755205686908872019-11-11T22:51:00.000-03:002019-11-12T14:04:06.820-03:00As delícias e desafios de se reinventar<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOIOmoLr9slBEdBGM3HUXwncfvsMlpqGdMcQuIj-UvDkgnYIup8od73yJYE2xJwvTwLV0Sy_rbjqYbBjZ-yVe2HQrm0iGh3bfLRnoJFR8OhMrOPhKP9Q0rcn5mVmMq34Wzap0pBj7g7Zk/s1600/Malvina.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="566" data-original-width="400" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOIOmoLr9slBEdBGM3HUXwncfvsMlpqGdMcQuIj-UvDkgnYIup8od73yJYE2xJwvTwLV0Sy_rbjqYbBjZ-yVe2HQrm0iGh3bfLRnoJFR8OhMrOPhKP9Q0rcn5mVmMq34Wzap0pBj7g7Zk/s320/Malvina.jpg" width="226" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Malvina</b></div>
<div style="text-align: center;">
textos e ilustrações: André Neves</div>
<div style="text-align: center;">
editora: DCL</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
O aniversário da pequena está chegando, e como todos os anos, isso me deixa sensível, saudosa e reflexiva. Será seu 13º aniversário, de pequena ela já não tem nada, mas a sensação de renascimento em mim permanece. Lembro do quanto ela foi aguardada e desejada. Lembro do quanto tive medo de não dar conta. Lembro de quantas alegrias e tristezas já vivemos juntas. Lembro do quanto tive que aprender. Aliás, desaprender para aprender diferente, na maior parte das vezes. Foi um aprendizado imenso para nós duas. E por isso acho que renasço a cada novembro que vivo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Este ano, dentre as muitas reflexões que fiz, me peguei pensando o quanto já errei com ela. Sim, errar era e continua sendo a única certeza que tenho deste que embarquei nessa de ser mãe. Mas essa certeza não reduz o desejo de errar pouco, ou pelo menos de acertar mais. E a culpa materna, essa implacável que está quase sempre presente, mesmo que sutilmente, fica do meu lado nessas horas, me ajudando a lembrar que ela passa tempo demais nas telas, que ao longo desse ano eu fiquei ausente muitas noites trabalhando e que já não tenho o mesmo ânimo do passado para atividades culturais ou ao ar livre com ela... pffff... verdades difíceis de assumir.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estava perdida nos meus pensamentos quando, passando pela estante, <b>Malvina </b>me sorriu alegre. Por que Malvina é assim, um sopro de alegria. Ela é uma menina que vive a inventar coisas legais, como o aparador de sorvete, o guarda-chuva para sapatos e o chapéu ventilador. Uma menina com tanta criatividade e imaginação que contagia a todos. Bom, a quase todos. É que se Malvina é boa em inventar, a mãe de Malvina é boa em se preocupar. Ela fica preocupada com as invenções da filha, claro, mas nem tem tempo de se demorar muito nessa preocupação, porque ela tem muitas outras, como a casa, as notícias do jornal e em não pisar em formigas. E ela se preocupa principalmente com o que os vizinhos pensam das suas preocupações - o que é muito comum em pessoas preocupadas.<br />
<br />
Foi por isso que Malvina decidiu inventar a maior das suas invenções: uma máquina de despreocupação! Uma máquina para resolver todos os problemas do mundo, e então deixar sua mãe despreocupada. Mas a máquina não funcionou. E pior, aconteceu algo terrível com Malvina: ela perdeu todas as suas ideias, e ficou com a cabeça completamente vazia. E agora, o que ela faria sem invenções? Foi quando a mãe viu Malvina preocupada de verdade pela primeira vez na vida que ela resolveu que tinha que inventar algo para ajudar a filha, e fez uma invenção que realmente funcionou. E terminou o dia sem preocupação alguma.<br />
<br />
<b>Malvina </b>diz tanto sobre essa relação mãe e filha, desse jeito simples e encantador que apenas bons livros infantis são capazes. Hoje foi ela quem me aqueceu o coração, ao me lembrar o quanto propiciei criatividade e imaginação nos primeiros anos da minha pequena adolescente. As brincadeiras com caixas, tintas, tampas de panelas e o que mais surgisse. As ideias para o natal ou para presentear os primos. As histórias, os teatrinhos, as conversas viajantes. Tantas risadas contagiantes. Inventar sempre foi uma prioridade respeitada nessa casa.<br />
<br />
Mas como a mãe de Malvina, em alguma curva da vida, me deixei inundar com preocupações, inclusive aquela inevitável para os preocupados. As vezes sinto que não consigo parar as preocupações, que elas se emendam umas nas outras. É, vou ter que inventar a maior invenção de todas: me reinventar! Quem sabe assim eu não termino o dia sem uma preocupação sequer?</div>
Mirtes Aquinohttp://www.blogger.com/profile/05745157049334554014noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7978480724744601717.post-19478503434385246152019-11-03T08:08:00.000-03:002019-11-05T14:11:55.479-03:00Para nunca esquecer...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_lIQGAyp_v-nvE2wbv3-4KICTTLIuf6VMGYjoUVBxscZCYVCjixQKn-6sQHzKWD1N2HoW1v3_Qr9algF8wR0oE9y51vO3YJq2-5OnBE8K0qbY5WrSRY2k6C6rIaxKDIqRQ5rhRFDnCF8/s1600/Elefantesnuncaesquecem.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="594" data-original-width="453" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_lIQGAyp_v-nvE2wbv3-4KICTTLIuf6VMGYjoUVBxscZCYVCjixQKn-6sQHzKWD1N2HoW1v3_Qr9algF8wR0oE9y51vO3YJq2-5OnBE8K0qbY5WrSRY2k6C6rIaxKDIqRQ5rhRFDnCF8/s400/Elefantesnuncaesquecem.jpg" width="305" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Elefantes nunca esquecem!</b></div>
<div style="text-align: center;">
texto: Anuska Ravishankar</div>
<div style="text-align: center;">
ilustrações: Christiane Pieper</div>
<div style="text-align: center;">
editora: Manati</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Um grande e assustador temporal faz um filhotinho de elefante perder-se de sua manada, deixando-o sozinho na floresta, assustado e indefeso. As coisas iam muito mal até que ele chega a um rio onde uma manada de búfalos se refresca e mata a sede. Mesmo assustado no início, ele começa a interagir e se divertir com um filhote de búfalo, mas um perigo aparece e todos precisam fugir. É nesse momento de fragilidade que os búfalos o acolhem, e daquele momento em diante o elefantinho perdido passa a fazer parte da manada de búfalo. Mesmo tendo orelhas muito grandes, focinho comprido demais, cor esquisita e não conseguindo mugir, foi com os búfalos que ele se sentiu em casa, pertencente a uma família.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWRltvXdG5mm8jsBdHmaW0GVMrjYsTyoQpl0aKxvs9MYDwqbbIFZWEWXiwWziUknTY3mfP5jUBp1WvhhcZMVDqlZxZSXZkoAFr0Ikm_IurI8s7WtR7m7FVjrWSgIKnXvsjZu8is-hIwOw/s1600/IMG_20140802_155716425.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="899" data-original-width="1600" height="222" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWRltvXdG5mm8jsBdHmaW0GVMrjYsTyoQpl0aKxvs9MYDwqbbIFZWEWXiwWziUknTY3mfP5jUBp1WvhhcZMVDqlZxZSXZkoAFr0Ikm_IurI8s7WtR7m7FVjrWSgIKnXvsjZu8is-hIwOw/s400/IMG_20140802_155716425.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
Até o dia em que, já adulto, se refrescando com os búfalos em um rio, uma manada de elefantes se aproxima. E entre BARRRAAAM e MUUUUUUU ele fica dividido sobre quem ele é afinal: elefante ou búfalo? Ah, mas, no fim, a resposta era uma só...<br />
<br />
Fiquei apaixonada por essa história, contada pela indiana <span style="text-align: center;">Anuska Ravishankar desde a primeira vez que a li, de pé numa livraria. E na mesma hora me veio à mente como ela poderia ajudar numa conversa sobre inclusão e adoção. Por isso ele foi o presente para uma menininha muito querida por nós, e que faz parte de uma família por meio de laços muito mais fortes e importantes que os de sangue: os feitos pelo amor!</span><br />
<span style="text-align: center;"><br /></span>
<span style="text-align: center;">Acho que os livros infantis são instrumentos maravilhosos para nos ajudar a ter conversas por vezes difíceis - muitas vezes mais difíceis para nós, adultos, que para eles, crianças. Ou mesmo que não haja exatamente uma conversa, pode ajudar a fazer pensar e processar coisas que ficam quietinhas e doídas no peito. Foi assim com <a href="http://cachinhosleitores.blogspot.com/2011/07/menina-bonita-do-laco-de-fita.html">Menina Bonita do Laço de Fita</a>, livro maravilhoso que fala sobre diferenças raciais e que eu contei <a href="http://cachinhosleitores.blogspot.com/2011/07/menina-bonita-do-laco-de-fita.html">aqui</a> como nos ajudou.</span><br />
<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpwkN8o1LRI6KivZP2YBgfaY8-r72hNvGpnaVGZNnLddiJsvPcPoLeJP3R8pjXe43veshttqgjoXjo5GNIjnqvvOFABOw253Wq7m6rYTLQfenH75xl4zvTDO2OhnnoRomeZ_Ferd8nj5A/s1600/IMG_20140802_155635254.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="899" data-original-width="1600" height="223" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpwkN8o1LRI6KivZP2YBgfaY8-r72hNvGpnaVGZNnLddiJsvPcPoLeJP3R8pjXe43veshttqgjoXjo5GNIjnqvvOFABOw253Wq7m6rYTLQfenH75xl4zvTDO2OhnnoRomeZ_Ferd8nj5A/s400/IMG_20140802_155635254.jpg" width="400" /></a></div>
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<b style="text-align: center;">Elefantes nunca esquecem!</b><span style="text-align: center;"> é um livro para nos lembrar o que realmente importa ser lembrado nessa vida, o que faz sentido na nossa trajetória. A resposta pode ser muito simples, mesmo que seja na contramão do que se convencionou achar...</span><br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTX3-QaZIYA0L7zWAKEpUAV6g9yW7o47JorLnl_qNnTd9eAhgFXtltLdMCZ4vjhHRrefdPkJjT6FH77FswB0ZEmvZaB3U36j2AksrywR0t_-rTbk1u_lY1Uy3Dp709nZ9VjEZIyegS704/s1600/IMG_20140802_155751394.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="899" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTX3-QaZIYA0L7zWAKEpUAV6g9yW7o47JorLnl_qNnTd9eAhgFXtltLdMCZ4vjhHRrefdPkJjT6FH77FswB0ZEmvZaB3U36j2AksrywR0t_-rTbk1u_lY1Uy3Dp709nZ9VjEZIyegS704/s400/IMG_20140802_155751394.jpg" width="223" /></a></div>
<br />Mirtes Aquinohttp://www.blogger.com/profile/05745157049334554014noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7978480724744601717.post-42812868173740125662019-10-28T08:08:00.000-03:002019-10-28T11:36:54.350-03:00Não julgue um livro pela capa... Não julgue um menino pela cara...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgS8mScQnzqeD9r30IbeLdvNMUIZelV-GYpI9UDS9Ukjm1VqYZoMwQpLAt-hf9V4ZrUoGM2FSPsR-TiK7VGkgJf3_pr9DV3Z8ZZk-S7oiaWUOA35e2MaztgREfIX0AfB3qNwPZK895GRjg/s1600/capa+extraordin%25C3%25A1rio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="696" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgS8mScQnzqeD9r30IbeLdvNMUIZelV-GYpI9UDS9Ukjm1VqYZoMwQpLAt-hf9V4ZrUoGM2FSPsR-TiK7VGkgJf3_pr9DV3Z8ZZk-S7oiaWUOA35e2MaztgREfIX0AfB3qNwPZK895GRjg/s320/capa+extraordin%25C3%25A1rio.jpg" width="222" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Extraordinário</b></div>
<div style="text-align: center;">
texto: R. J. Palacio</div>
<div style="text-align: center;">
ilustrações/Capa: Tad Carpenter</div>
<div style="text-align: center;">
tradução: Rachel Agavino</div>
<div style="text-align: center;">
editora: Intrinseca</div>
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Sei que esse é um livro que a maioria já conhece, e se não o leu ainda provavelmente já assistiu sua adaptação para o cinema. Mesmo assim, sei que ele é perfeito para o meu retorno ao Cachinhos. Extraordinário é especial demais para mim, e não faltam motivos para isso.<br />
<br />
Eu já tinha visto sua capa algumas vezes nas livrarias, físicas e virtuais, mas confesso que nunca me interessei por ele. Novamente meus preconceitos idiotas! Associei, sabe-se lá porquê, a algumas coleções de livros bobos para adolescentes que tinha tido contato antes. Tem muita coisa ruim sendo publicada para esse público, não muito diferente do que acontece com os infantis, e o motivo é quase sempre o mesmo: subestimar as crianças e adolescentes, tratando-os como incapazes de compreender ou aproveitar uma leitura inteligente e/ou sensível. Nem tenho paciência para isso. De qualquer modo, no final das contas, a boba fui eu, de ter perdido a oportunidade de conhecer antes esse livro lindo. Ainda bem que a vida deu uma mãozinha e arranjou um jeito maravilhoso dele chegar até mim.</div>
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A filha e um coleguinha da escola estavam fazendo um curso juntos nas manhãs de sábado. Nós e a mãe do menino nos revesávamos numa carona solidária, e naquele dia acertamos que seríamos nós a levá-los e buscá-los, já que precisávamos levar o carro à oficina que ficava perto do curso. Pois bem, os deixamos na porta do curso, e ele acabou deixando no carro um livro que tinha pego na biblioteca da escola, e eu o fiquei folheando enquanto o marido dirigia até a oficina. Seriam algumas horas até o serviço terminar e irmos pegá-los novamente. E foi por puro tédio que comecei a ler Extraordinário, sentada em um banquinho de plástico, entre mecânicos e peças de carros.</div>
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<br /></div>
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O livro traz a história de August, um menino diferente. Portador de mutações raras, ele tem uma síndrome que deixou seu rosto disforme. Para além da sua aparência, Auggie teve que lutar pela vida desde que nasceu, e as diversas cirurgias que fez, além de garantir melhor qualidade para sua vida, como a capacidade de respirar e se alimentar sem a ajuda de aparelhos, o deixaram longe da escola durante os seus primeiros 10 anos. É nesse ponto que a história começa, com a estabilidade do seu quadro clínico e a possibilidade de ele ingressar numa escola regular.<br />
<br />
Mesmo quem não leu o livro ou assistiu o filme pode imaginar os desafios que um menino de 10 anos que até então só tinha tido aulas em casa com a mãe e tem um rosto que causa reações de medo, repulsa e até nojo, teve ao entrar no 5º ano de uma escola tradicional. Mas preciso contar o que me deixou mais encantada com a história de R. J. Palacio: a proposta de contar uma história tão forte quanto essa pela versão dos seus diferentes personagens. Simplesmente amo esse tipo de abordagem. Assim, o livro é estruturado em oito partes, três com a narração de August, e cinco a partir da visão de outros personagens, como sua irmã Via; o namorado dela, Justin; a amiga de Via, Miranda; e Summer e Jack, amigos novos da escola de Auggie. Perceba que nenhum dos narradores é adulto! Toda a história é contada por personagens na infância e adolescência.<br />
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Achei essa proposta fantástica por dois motivos. Primeiro porque nos lembra que tudo que acontece tem sempre pelo menos dois lados - na verdade tantos lados quanto forem as pessoas envolvidas naquilo. Então é possível entender melhor o que leva alguém a uma atitude cruel ou egoísta, ou a uma atitude de fraqueza ou covardia. Me fez lembrar como precisamos de muito mais empatia para entender os acontecimentos da vida sem julgamentos e injustiças.<br />
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O segundo motivo é porque, embora a história toda gire em torno de August e sua trajetória pelo seu primeiro ano de escola, cada personagem traz sua versão cheia de questões próprias, e então o foco não fica tão pesado sobre ele. A história é leve e cheia de possibilidades. Não é a síndrome ou o rosto de Auggie, é como cada um, de acordo com suas memórias e bagagens, medos e angustias, encara a sua relação com ele, e como isso se conecta com diversos outros fatos de suas vidas. Não é simplesmente um livro sobre bullying, ou sobre os sofrimentos de uma pessoa com uma síndrome rara, é um livro sobre sentimentos, sobre relacionamentos, e sobre exercitar se colocar no lugar do outro. Adoro lembrar que esse emaranhado tão sensível e complexo foi pensado para o público infanto-juvenil, com todo o respeito e seriedade que eles merecem!<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhChYIH8RaCLKLQYCCPzPvn0PZQjZ9PJQsbti125g-C2pQ7CO3GIBkA904OpKe21KWNfupwxPb5mHqdPRT65GfIU15NpE5KNSBnOoTORbud5GbTMhO5AYOAC2ADjA2v04X8I48zLe3Tn7I/s1600/familia_extraordinario_blog-768x676.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="676" data-original-width="768" height="281" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhChYIH8RaCLKLQYCCPzPvn0PZQjZ9PJQsbti125g-C2pQ7CO3GIBkA904OpKe21KWNfupwxPb5mHqdPRT65GfIU15NpE5KNSBnOoTORbud5GbTMhO5AYOAC2ADjA2v04X8I48zLe3Tn7I/s320/familia_extraordinario_blog-768x676.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">Fonte: www.intrinsica.com.br</span></div>
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Preciso dizer que a história de August rendeu outros três ótimos livros. <b>Auggie e Eu</b> eu comprei logo depois de ler o primeiro, absolutamente empolgada com a história. Mas como bem destaca a autora, não se trata de uma continuação do primeiro livro, mas a versão da mesma história contada por três personagens importantes que não tiveram voz na primeira publicação: Julian, o garoto que desencadeia uma sequência de crueldades com Auggie; Christopher, o seu primeiro amigo e Charlote, uma amiga da escola que sempre se manteve "neutra". O <b>Somos Todos Extraordinários</b> é uma versão mais infantil, abordando o tema de uma maneira ainda mais leve para os menorzinhos. Já o <b>365 dias extraordinários </b>traz 365 preceitos do sr. Browne, o maravilhoso professor de Auggie. Nem preciso dizer que ele rendeu também um filme, que é lindo, emocionante, e fico feliz em dizer, extremamente fiel ao livro.<br />
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Por fim, queria dividir com vocês o que sem sombra de dúvidas mais me emocionou no livro e me fez chorar copiosamente no meio de uma oficina mecânica - nem tentem imaginar a cena. Os conflitos de Isabel e Nate, pais de Auggie, sobre mandar o filho para a escola ou não. Os receios dele sofrer, o desejo de vê-lo trilhando seu caminho como um menino comum, o medo de errar. Acho que só um coração de mãe/pai pode ter dimensão do que tudo isso significa, e o meu se conectou completamente com os deles...</div>
Mirtes Aquinohttp://www.blogger.com/profile/05745157049334554014noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7978480724744601717.post-10396142045014172092019-10-25T10:47:00.000-03:002019-10-25T10:47:17.621-03:00Voltei!<div style="text-align: justify;">
5 anos.<br />
5 anos! Na quase totalidade desse tempo tive certeza absoluta que jamais voltaria a escrever aqui. Não tirei o blog do ar porque tenho um carinho imenso por tudo que deixei aqui registrado, e porque sei que seu conteúdo pode ajudar muita gente por aí. Mas a sensação quase sempre era que não havia sentido em voltar...</div>
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Posso dizer que foi porque a filha parecia cansada dos livros, porque eu comecei a trabalhar demais, porque outros interesses me sugaram, mas sendo sincera, sei que embora tudo isso seja verdade, foram dois os principais motivos. O primeiro eu até já falei em um post aqui, que é o meu perfeccionismo (ou seria autosabotagem?). O texto tinha que surgir com uma inspiração maravilhosa, e se ela não vinha do jeito que eu idealizava, era melhor nem começar. E se começava ficava parado em busca desse ou daquele detalhe, às vezes uma frase, às vezes uma foto ou imagem. Então, quando um certo desgaste veio (e o que nessa vida não passa por desgaste com o tempo?) e a inspiração rareou, eu simplesmente não conseguia mais escrever, paralisada nos meus ideais de "perfeição".</div>
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O segundo motivo é que a exposição me incomoda. Eu viro e reviro, mas a verdade é que a exposição das redes sociais é um desafio enorme para mim. Uma relação de amor e ódio, sabe? Tenho tanto a falar, e tanta vontade de falar, mas temo me expor. Não é a toa que esse blog foi por dois anos um blog anônimo. De certa forma os dois motivos se entrelaçam, e falam muito sobre a minha insegurança, meu medo de não ser boa o suficiente. Sim, eu já fiz muita terapia kkkkk</div>
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Mas o fato é que alguma coisa mudou nestes últimos cinco anos. E gosto de pensar que, além de coisas práticas como a terapia, a meditação e outros esforços de autoconhecimento, tem algo com um peso enorme nisso tudo: a idade! Pois é, estou mesmo ficando velha, e junto com os fios grisalhos que eu adoro desfilar, tem surgido a sensação de que não tenho mais muito tempo para medos e inseguranças. Mais que isso, a sensação de que estou no melhor momento da minha vida! Veja só: ainda tenho vitalidade e força física, acredito que estou no auge da minha clareza mental, e já acumulo os benefícios que só as experiências e vivências nos dão. Não tem depois, a melhor hora é agora!</div>
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Por isso voltei! E embora seja uma pena que esses cinco anos já não possam ser resgatados, sei que ainda tenho muito a dizer sobre livros infanto-juvenis. Sim, porque talvez a mudança mais significativa que tive nesse período é que agora sou mãe de adolescente! Geeente! Quase treze anos e nem consigo acreditar nisso. Morro de saudades das bochechinhas e da vozinha infantil, mas morro de amores com essa menina que já calça os meus sapatos e prepara o jantar, e tem questionamentos e posicionamentos que me enchem de orgulho. Sim, claro que tem as birras e as chatices também, e os momentos de só querer seguir a manada, que me enlouquecem, mas a verdade é que tem sido incrível descobrirmos como viver esses papéis de mãe e filha nesse mundo misterioso da adolescência.</div>
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E é isso. Voltei. Ainda não sei como será, se vou conseguir ficar, se vou fugir novamente, se trarei mais livros infantis ou adolescentes (quem sabe adultos?), se manterei o formato de sempre trazer alguma história com a minha cachinhos (agora ela é uma adolescente, né gente? tenho que ter muito mais cuidado com a sua privacidade). Certo é que manterei o mesmo papo franco e o mesmo cuidado com o que recomendo e comento, o mesmo amor pelas palavras, e o mesmo carinho com quem me ler. Já estou preparando o texto para um livro mega especial para nós, e logo ele estará publicado.</div>
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Obrigada por estar aqui comigo. Mesmo que você não tenha cachinhos, mesmo que você nem goste tanto assim de ler, vai ficando... os livros infanto-juvenis podem te surpreender!<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHv_k5IC5SZhJTu___4Raf5eisK41EZKGV6kVXfnQ2OF1_vkJG67GyUTXrlCFVtvVTVo-7x7LnnNbltABKyA9uMJ1jnlLo-zKr1XWI5qROLWqznV67qMjpEQbLlJ30LSBH-ktxACQraWg/s1600/paper-1100254_960_720.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="719" data-original-width="960" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHv_k5IC5SZhJTu___4Raf5eisK41EZKGV6kVXfnQ2OF1_vkJG67GyUTXrlCFVtvVTVo-7x7LnnNbltABKyA9uMJ1jnlLo-zKr1XWI5qROLWqznV67qMjpEQbLlJ30LSBH-ktxACQraWg/s400/paper-1100254_960_720.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">Fonte: pixabay.com</span></div>
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Mirtes Aquinohttp://www.blogger.com/profile/05745157049334554014noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7978480724744601717.post-19347973107026312612014-12-31T16:31:00.002-03:002014-12-31T16:31:49.435-03:00Para terminar 2014...<img src="webkit-fake-url://E627CA4A-0DC2-4E94-AF63-06C125FFD563/imagejpeg" /><br />
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2014 foi para mim, dos anos mais intensos e complexos. Daqueles que passam e parece que vivemos pelo menos uma década nele. Teve de tudo um pouco - ou muito. Riso, choro, desesperança, fé, garra. Bom, teoricamente todo ano é assim, mas em 2014 tudo foi muito forte. Não necessariamente ruim nem bom, mas intenso.<br />
<br />
Foram muitos desafios enfrentados nesse ano, algumas batalhas perdidas, mas muitas vitórias também. Assim, termino o ano muito feliz, porque apesar dos percausos estou fortalecida, comigo mesma, com minha família e amigos, e com minha vida. Foi um ano de muitas descobertas e aprendizados!<br />
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E foi um ano em que o Cachinhos Leitores silenciou... Foram apenas quatro posts além desse último, nenhum no segundo semestre. Estava com a cabeça a mil, vivendo as emoções do ano, por isso me dei esse tempo. Ainda não sei o que esperar de 2015, por isso não farei promessas de final de ano. Por enquanto ele é um animal selvagem a espreitar e espiar, mas está tão perto que logo me dirá a que veio. Então, venho apenas desejar a todos um 2015 de esperança e saúde! Porque sem elas não dá. Ah, e se possível, de muitos livros!!!Mirtes Aquinohttp://www.blogger.com/profile/05745157049334554014noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7978480724744601717.post-59048517166941180602014-05-21T20:00:00.000-03:002014-05-21T20:00:01.182-03:00poesias, cordeis e frutas!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiE9mYVxuKUf08nOZ2H8izCi_yJ660dz_SsXrjsK-tX0RHLRL9fCGwC0pqPlvU28fx5o5pdjbOi3MAfvo_25voXOZqGgUXNTJAXiUEH4EPM2ap4lUkfl1jHzwvDCjKyZ_ANZ4SqRJnBcM/s1600/o+riso+da+melancia.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiE9mYVxuKUf08nOZ2H8izCi_yJ660dz_SsXrjsK-tX0RHLRL9fCGwC0pqPlvU28fx5o5pdjbOi3MAfvo_25voXOZqGgUXNTJAXiUEH4EPM2ap4lUkfl1jHzwvDCjKyZ_ANZ4SqRJnBcM/s1600/o+riso+da+melancia.png" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b>O riso da melancia</b></div>
<div style="text-align: center;">
texto: Maria Augusta de Medeiros</div>
<div style="text-align: center;">
ilustrações: Bruna Assis Brasil</div>
<div style="text-align: center;">
editora: FTD</div>
<br />
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Quem não gosta de frutas? Aqui em casa nós adoramos! E quem não gosta de poesia? Agora imagine juntar tudo em um livro com as delicadas e divertidas ilustrações de Bruna Assis Brasil? <b>O riso da melancia</b> foi uma gostosa surpresa que veio da biblioteca da escola, e nos conquistou de cara. A autora, Maria Augusta de Medeiros, classifica o livro como cordel, e é dessa forma, em estrofes de seis a oito versos, que ele apresenta 12 deliciosas frutas bem brasileiras, além da salada de fruta que encerra o livro. Duas estrofes para cada fruta, e elas são apresentadas com suas características, características de suas árvores e histórias engraçadas as envolvendo!</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tem a jabuticaba, a amora, a melancia, a carambola, a manga, o açaí, a graviola, o melão, a goiaba, o abacaxi, o mamão e a seriguela, além da salada de frutas! Eita, quanta delícia. Nem sei de qual eu gosto mais... Quanto ao poema, meu favorito é mesmo o da melancia, que brinca com o fato da fatia da melancia, cortada corretamente, lembrar um largo sorriso...</div>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQiiEvQbLkvls06INQ-i7QXVAxeg2pi1klWR7UU6Ap8X2CHgrzaZldmMLUlrDVoZqsDtx-9hHFxAjitwaaJPwQaUkEX57aW4b2ZWoQDZ671DdTW42deOQp79vFGZPsuwPeS7qVnhc8ZYU/s1600/melancia_final.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQiiEvQbLkvls06INQ-i7QXVAxeg2pi1klWR7UU6Ap8X2CHgrzaZldmMLUlrDVoZqsDtx-9hHFxAjitwaaJPwQaUkEX57aW4b2ZWoQDZ671DdTW42deOQp79vFGZPsuwPeS7qVnhc8ZYU/s1600/melancia_final.jpg" height="369" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
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<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ah, mas eu não poderia deixar de destacar também a seriguela, que como o poema lembra, nasce no Ceará, minha terra natal... e como esquecer as tardes sentada nos galhos carregados chupando os frutinhos amarelos e avermelhados? Alegria da criançada é um pé de seriguela carregado no quintal!</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU_6WzZ9zJoPngc5AtN_C-cCC4vpN4ma4ML5XhbwONJLvHLn6vjSc2tf3MiD9e3jsBuRViF-ThI1GvMVwHjRxgV2wP5_z-pnebYLaWzQHltr7CD4t-1Vk6Xtc4GE4Ms2kHCdGFBOL5ds0/s1600/melancia_final4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU_6WzZ9zJoPngc5AtN_C-cCC4vpN4ma4ML5XhbwONJLvHLn6vjSc2tf3MiD9e3jsBuRViF-ThI1GvMVwHjRxgV2wP5_z-pnebYLaWzQHltr7CD4t-1Vk6Xtc4GE4Ms2kHCdGFBOL5ds0/s1600/melancia_final4.jpg" height="369" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não é lindo?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Hum, frutas e boa leitura: taí uma dupla que não devia falta na vida de ninguém! Principalmente de um alguém criança!!!</div>
Mirtes Aquinohttp://www.blogger.com/profile/05745157049334554014noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7978480724744601717.post-20770144336579935322014-05-16T00:54:00.002-03:002014-05-16T01:00:19.985-03:00A magia de Oz!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3zJ0qTOOTUIp5moUPnzd-4U0TMSfCmJw-KeJYZBGxHNhB-b5WHAG49kFY8aNOwswZTn1irZDJfdUUE5cIMpLvgwlCGT5FApd_E14Rlhau6QJGUzdAikFVwtfUUgSw8r_lddvuBICtzEw/s1600/o-magico-de-oz-filme3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3zJ0qTOOTUIp5moUPnzd-4U0TMSfCmJw-KeJYZBGxHNhB-b5WHAG49kFY8aNOwswZTn1irZDJfdUUE5cIMpLvgwlCGT5FApd_E14Rlhau6QJGUzdAikFVwtfUUgSw8r_lddvuBICtzEw/s1600/o-magico-de-oz-filme3.jpg" height="320" width="227" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b>O mágico de Oz</b></div>
<div style="text-align: center;">
Warner Bros</div>
<br />
<span style="text-align: justify;">Dizem que uma boa história jamais envelhece, e essa é uma grande verdade... Lembro tão bem do quanto fiquei encantada ao assistir </span><b style="text-align: justify;">O mágico de Oz</b><span style="text-align: justify;">, filme lançado antes mesmo de minha mãe nascer - 1939! Assisti muitas vezes e nem pestanejei antes de comprá-lo para a filha, então com 4 anos. E a menina, nascida no século XXI, se apaixonou, e este foi sem dúvidas o filme mais assistido até hoje nesta casa! Ela assistiu tanto que chegou a pedir para assistir apenas em inglês ou espanhol, acho que para variar um pouco rsrsrs</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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A história também foi assistida no teatro (uma versão linda de uma trupe cearense) e virou até tema da festinha de 6 anos, comemorada na escola. Não demorou muito pra pequena pedir uma versão em livro, o que já era esperado. O que me surpreendeu foi a versão escolhida por uma menina tão pequena - e ela sempre fez questão de lê-lo sozinha. São 223 páginas, embora numa versão reduzida. Foi o primeiro livro "grosso e de poucas figuras" que ela ganhou. Foi o primeiro livro a não ser lido de "uma sentada só". A primeira vez que ela usou um marcador de livros (suspeito que esse tenha sido o real motivo da escolha kkkk). Tá, a leitura ainda não terminou, e está esquecida há meses, mas o marcador parou além da metade, e suspeito que embora ainda vá demorar, ele ainda será lembrado e concluído...</div>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7viJ5lgXUsfr0jlr6pVHAk_SqVu7VxLAzA1QHHnE06WaQN16fKP13Hd_T07hRy5N1BjxU4wXjd3ajubE-xavyuZgSVpGJRvA5GLhH9aYEz_p7g2xTIdXoeo5Jv41gHz3s7l0rvkG_YHg/s1600/112748048SZ.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7viJ5lgXUsfr0jlr6pVHAk_SqVu7VxLAzA1QHHnE06WaQN16fKP13Hd_T07hRy5N1BjxU4wXjd3ajubE-xavyuZgSVpGJRvA5GLhH9aYEz_p7g2xTIdXoeo5Jv41gHz3s7l0rvkG_YHg/s1600/112748048SZ.jpg" height="320" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b>O mágico de Oz</b></div>
<div style="text-align: center;">
texto: L. Frank Baum</div>
<div style="text-align: center;">
ilustrações: W. W. Denslow</div>
<div style="text-align: center;">
tradução: Sérgio Flaksman</div>
<div style="text-align: center;">
editora: Zahar</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E em meados do ano passado, com a pequena encantada com as aulas de teatro da escola nova, me rendi a tentação de comprar mais uma versão linda dessa história imortal: a adaptação para o teatro de Tatiana Belinky. Dividida em atos, e com descrições das cenas, a história está toda contada em forma de diálogo entre os personagens, pronta para ser encenada. Ah, e as ilustrações são de André Neves! Preciso dizer mais alguma coisa? Vale a pena conhecer!</div>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_lIUKpuHoD3hi_U2HWbhwINkvb8XHwGcDaNZZxeVJo6BZOMo-6tZUgBw2hxxF18tMGQUTJjWDtqqFz6YcJqBfobEXLo24g1tbqz2muRGLHOGONzKR8b2LYYtl3f3ayT1Jew3Xn1hi2ws/s1600/9788535612608.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_lIUKpuHoD3hi_U2HWbhwINkvb8XHwGcDaNZZxeVJo6BZOMo-6tZUgBw2hxxF18tMGQUTJjWDtqqFz6YcJqBfobEXLo24g1tbqz2muRGLHOGONzKR8b2LYYtl3f3ayT1Jew3Xn1hi2ws/s1600/9788535612608.jpg" height="320" width="179" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b>O mágico de Oz</b></div>
<div style="text-align: center;">
adaptação: Tatiana Belinky</div>
<div style="text-align: center;">
ilustrações: André Neves</div>
<div style="text-align: center;">
editora: Paulinas</div>
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<br /></div>
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Bom, na verdade há ainda uma outra versão aqui em casa. Essa foi comprada em um sebo da minha cidade há muitos anos, quando a filha ainda era um bebezinho. Li e guardei entre os meus livros, imaginando que ainda demoraria muito para apresentá-lo à Letícia. Pois bem, numa ida ao shopping com o pai, surgiu o pedido e ele foi atendido com a versão verde lá de cima. Ah, ser mãe é viver sendo surpreendida mesmo...</div>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4Vmk7MrbkwmkACueJ43PPXBYFg2iklt8kTH59W7hTq3M0dfDe0YKladtS3g7GqNLQstnx9iW965R6CqcMRdrdQ5GjTbFlEx_HpWBGjt8zbm-89zYN3I_Nkb6WL-u50ccsEBbIdA5zKNE/s1600/imagem.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4Vmk7MrbkwmkACueJ43PPXBYFg2iklt8kTH59W7hTq3M0dfDe0YKladtS3g7GqNLQstnx9iW965R6CqcMRdrdQ5GjTbFlEx_HpWBGjt8zbm-89zYN3I_Nkb6WL-u50ccsEBbIdA5zKNE/s1600/imagem.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b>O mágico de Oz</b></div>
<div style="text-align: center;">
texto: L. Frank Baum</div>
<div style="text-align: center;">
ilustrações: Marcelo Pacheco</div>
<div style="text-align: center;">
tradução: Luciano Machado</div>
<div style="text-align: center;">
editora: Ática</div>
<div>
<br /></div>
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Para encerrar vou deixar uma foto da minha pequena Doroty comemorando seus 6 aninhos!</div>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBEghu4FWzbrcYtdagw1JHTX9TxNWticvCAt9hLQRF3AVX76H1OL_jOt9Rq5UuwnP2SiOc_Pu5zzr2LdEg7G8oEnvPV0eTkjm-Xh_bpBRKDgyVigRL8r5yBhaeCN0myeXftQ1oEv-Q_dA/s1600/Dorothy+6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBEghu4FWzbrcYtdagw1JHTX9TxNWticvCAt9hLQRF3AVX76H1OL_jOt9Rq5UuwnP2SiOc_Pu5zzr2LdEg7G8oEnvPV0eTkjm-Xh_bpBRKDgyVigRL8r5yBhaeCN0myeXftQ1oEv-Q_dA/s1600/Dorothy+6.jpg" height="200" width="145" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Mirtes Aquinohttp://www.blogger.com/profile/05745157049334554014noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7978480724744601717.post-83539661319111703912014-04-21T21:15:00.001-03:002014-04-21T21:15:39.783-03:00Uma amizade improvável e os riscos do "PRÉ-CONCEITO"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5K2yc4CaxDLM7SJTMj9DdUHMnIQgaUneWBkwlt1fstjtARQ54PRCZYZNWP1w1zfU75z5se548EqlvD67Hjmp8TXEo9boc6kPxcZp3GOqL5OdINwtCN5SvJ0J58cPtfEG7TVuNVyAChKs/s1600/trudi+e+kiki.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5K2yc4CaxDLM7SJTMj9DdUHMnIQgaUneWBkwlt1fstjtARQ54PRCZYZNWP1w1zfU75z5se548EqlvD67Hjmp8TXEo9boc6kPxcZp3GOqL5OdINwtCN5SvJ0J58cPtfEG7TVuNVyAChKs/s1600/trudi+e+kiki.jpg" height="320" width="240" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Trudi e Kiki</b></div>
<div style="text-align: center;">
texto e ilustrações: Eva Furnari</div>
<div style="text-align: center;">
editora: Moderna</div>
<br />
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Preciso confessar algo quase inconfessável para um amante da literatura infantil brasileira: eu não gostava de Eva Furnari (o verbo no passado talvez me ajude a ter quem termine de ler este post). Pois é. Quando comecei a querer conhecer e ler um pouco mais sobre literatura infantil, fui com enorme ânsia buscar as referências da área. Claro, queria conhecer os grandes autores e ilustradores, reconhecer seu estilo, seu traço. E foi assim que cheguei aos livros de Eva Furnari - é, eu devo ter tido contato com eles quando criança, mas confesso, não me recordava.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Bom, comecei como ela começou, pelos livros ilustrados, sem textos. Minha filha era uma bebezona e eles eram perfeitos para ela. Mas confesso, nunca fizeram muito sucesso, nem com ela, nem comigo. Embora as imagens e as histórias fossem bastante engraçadas, eu achava chato, e o pouco interesse da filhota não me animava muito. Fiquei um tempo sem lembrar deles, até que, com a filha conseguindo se concentrar em leitura, procurei seus livros com texto. Tentei um, dois e resolvi dar meu veredito: eu não gostava dos livros de Eva Furnari! E isso era um segredo secretíssimo, afinal, era certo que o problema estava comigo, não com suas obras, sempre tão admiradas e alardeadas. Segui com isso na cabeça e passei a ignorar os seus livros, onde quer que estivessem.</div>
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<br /></div>
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Até que a filha, sempre mais sábia que a mãe, resolveu trazer <b>Trudi e Kiki</b> na mochila da escola. Bom, não dava para ignorá-lo, principalmente porque a pequena estava interessadíssima em ouvir sua história. E eu li. E não acreditei em como o livro era tão, tão, tão bom. Li várias vezes, acho que para ter certeza. E tratei de catar outros na minha livraria favorita, e li vários, um após o outro, sentadinha entre as estantes. Sim! Eu gostava de Eva Furnari! Gostava muito! E sabe, a filha também!</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Trudi e Kiki</b> nem é o nosso favorito, mas achei justo introduzir Eva Furnari aqui no Cachinhos por ele, afinal, foi com a história divertidíssima dessas duas meninas, tão parecidas e tão diferentes, que deixei meu PRÉ-CONCEITO de lado e me dei uma nova chance de conhecer suas maravilhosas obras!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Trudi e Kiki são duas meninas muito parecidas, elas têm a mesma idade e a mesma altura, além do mesmo estilo de cabelo: ruivo e chanel. Trudi e Kiki são duas meninas muito diferentes, e a maior diferença entre elas é que... uma é bruxa e a outra não. Uma mora em Biribin e fala biribês. A outra mora em Burux, uma cidade de bruxos, e fala buruxês (que se fala fazendo biquinho com a boca). As montanhas separam as duas cidades, mas um dia, o convite de uma festa de dia das bruxas voou de uma para a outra, por cima das montanhas, e causou uma grande confusão. O livro é muito divertido e sua história pra lá de interessante. Mas o mais divertido mesmo são os convites e os diálogos que se estabelecem nas línguas das duas cidades. Um barato! A pequena bolava de rir! Clica na imagem para ler os convites:<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUs-jYXtmQN-WYuIORmCDsoiEbYzuuTEp-ps761_Zwl9Q4f-_AQFI4DhCAkAR88-2L4SBFyXrwCjRVnUeDDDyjivFZ5H1V6JEEn7xcaKe1aIbGPUBkedOoodODy65KFbh1DvQfHmf33B8/s1600/trudi+e+kiki+convite.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUs-jYXtmQN-WYuIORmCDsoiEbYzuuTEp-ps761_Zwl9Q4f-_AQFI4DhCAkAR88-2L4SBFyXrwCjRVnUeDDDyjivFZ5H1V6JEEn7xcaKe1aIbGPUBkedOoodODy65KFbh1DvQfHmf33B8/s1600/trudi+e+kiki+convite.jpg" height="400" width="306" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">imagem tirada <a href="http://brunaisolaferrari.blogspot.com.br/2010/09/trudi-e-kiki-de-eva-furnari.html">daqui</a></span></div>
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<div style="text-align: justify;">
Bom, mas depois de muita confusão, Trudi e Kiki descobrem que continuam com seus gostos e desgostos parecidos, e pela primeira vez, uma garota de Biribin virou amiga de uma bruxinha de Burux, e elas passaram a falar o biriburux, uma língua que só elas mesmas entendiam. Um ótimo livro para abrir espaço para uma conversa sobre amizades, sobre o que nos aproxima e nos diferencia. Sobre tolerância e PRÉ-CONCEITOS. Espero ter aprendido minha lição... não disse que os livros infantis podem nos surpreender?</div>
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<br /></div>
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<div style="text-align: justify;">
Ah, e Trudi e Kiki ganharam uma versão em vídeo. Advinha? Maravilhosa também. É uma parceria linda de Eva Furnari com Kodo, apoiada pelo Governo de São Paulo. E o vídeo ganhou o terceiro lugar no Festival Prix Jeunesse em 2011! Imperdível! </div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="281" mozallowfullscreen="" src="//player.vimeo.com/video/24847852" webkitallowfullscreen="" width="500"></iframe></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E o melhor é que vem mais Eva Furnari em vídeo por aí - confere uma entrevista onde ela explica tudinho <a href="http://vimeo.com/78550889">aqui</a>.</div>
Mirtes Aquinohttp://www.blogger.com/profile/05745157049334554014noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7978480724744601717.post-21337278936285348542014-02-08T09:18:00.002-03:002014-02-08T09:24:53.876-03:00Ruth Rocha e o fim do Papai Noel<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQ8xN5H1H98aj2VG95w0xz1YIeFLvrzQaY0dDMhWQCtbvs0KRLXJDbZf7UYaqPvWHaqqwtT2FtnI2CBu3EM2f_gK3J_vgX8CPpuIxHegN6jSz-Dol0pG41iYG535jzl9XK04S1XBQOzyI/s1600/109959338SZ.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQ8xN5H1H98aj2VG95w0xz1YIeFLvrzQaY0dDMhWQCtbvs0KRLXJDbZf7UYaqPvWHaqqwtT2FtnI2CBu3EM2f_gK3J_vgX8CPpuIxHegN6jSz-Dol0pG41iYG535jzl9XK04S1XBQOzyI/s1600/109959338SZ.jpg" height="320" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Almanaque Ruth Rocha</b></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">texto: Ruth Rocha</span><br />
<span style="color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">ilustrações: Alberto Linares, Cláudio Martins, Elisabeth Teixeira, Miadaira, Suppa, Teresa Berlinck, Walter Ono</span><br />
<span style="color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">editora: Salamandra</span></div>
<div style="background-color: white; color: #222222;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;">
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Quando Letícia ainda era uma bebezona, comecei a falar a ela sobre o bom velhinho que traz presentes às crianças no natal. Fiz isso muito mais por uma pressão social, devo admitir. Eu fui uma criança que nunca acreditou em papai noel, acho - se acreditei era tão pequena que não tenho a menor recordação disso. Meus pais sempre acharam uma bobagem fazer as crianças acreditarem em papai noel e coelhinho da páscoa. E bem no fundo, sempre achei isso também. Mas mãe é mesmo um bicho meio bobo e extremamente influenciável, que tem pavor absurdo de errar, e quando me tornei uma tive muitas e muitas influências ao meu redor, sempre dizendo que papai noel representa a fantasia e o sonho da infância, que dizer que papai noel não existe é negar à criança o direito à fantasia e ao sonho (oi?) e etc. Bom, quando ela ainda estava na produção de garatujas, comecei a perguntar o que queria de papai noel e ajudá-la a produzir as famosas cartinhas. Não falava muito, não fazia as habituais chantagens "papai noel só traz presente para bons meninos", mas todo ano tinha o presente do bom velhinho aqui em casa.</div>
</div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;">
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Quem me acompanha deve saber também que comecei, ainda no seu segundo natal, a comprar um livro para ela como um presente de papai e mamãe. Então, tinha o presente do papai noel, e o presente de papai e mamãe, sempre um livro. Em 2012, uns 40 dias antes do natal, a pequena me fez a pergunta bombástica: "Mamãe, papai noel existe?" Eu já andava incomodada com o fato dela acreditar nele, e pensava como seria o desfecho dessa história, mas a pergunta assim, nua e crua?!?! Respirei fundo um tive um lampejo de inspiração que me fez responder com outra pergunta: "filha, você acha que ele existe ou não existe?". A resposta dela foi um enfático "acho que existe" e só me restou emendar um "então pronto, filha! Se você acha que ele existe, é claro que ele existe". E tudo seguiu sua programação normal, com cartinha e presente deixado embaixo da árvore.</div>
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<br /></div>
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Rá, mas ano passado, mais ou menos na mesma época, a pergunta se repetiu. E a minha resposta-pergunta também. Mas a minha menina me devolveu um sonoro "Não! Acho que ele não existe, não". Ah! Ela, ainda em 2012, tinha visto o presente da prima, deixado por papai noel, na mala do carro da tia, na noite anterior. Juntou a isso a revelação de alguns coleguinhas da escola, e o quebra-cabeça estava formado. Aliviada, respondi "ah, filha, então não deve existir mesmo, né? Mas... quem então dá os presentes às crianças?" "O pai e a mãe, claro!". Ufa, última peça encaixada! E foi assim que a minha menina descobriu "sozinha" (ela se orgulha muito de ter sido sozinha) que papai noel não existe. Sem dramas, sem choros, sem velas. Ah, o fato de ter garantido a ela que nada mudaria nos seus natal ajudou bastante! kkkk</div>
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<br /></div>
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Ela ganhou o presente que pediu a papai e mamãe, e o livro que mamãe escolheu, como todos os anos. E o livro deste ano foi pra lá de especial. Muitos livros de Ruth Rocha já são nossos velhos conhecidos, e adoramos todos. Mas o Almanaque é diferente! Dividido pelos 12 meses do ano, ele traz histórias, curiosidades, anedotas, adivinhações, festas populares, brincadeiras e experiências. Uma delícia. Ainda mais nessa fase da filha, que adora inventar novas brincadeiras. Para as férias pode ser um ótimo companheiro. Recomendo muito, muito mesmo, principalmente por ser um livro para se usar, literalmente, o ano todo, e por muitos anos.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEii-psjeFbUuIQgtUdFny-IV5s164XMjkA7lrr_7Ren6IDUhGeafgOmkXTf3u7cPu4O0BeJKxjoDMWjGdjuRz0DNVZveIM629E3kq_nC02SG-XlpAoS-Il0Etu31S0u_ZGj5JRbqO-Kbnk/s1600/0,,56484176,00.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEii-psjeFbUuIQgtUdFny-IV5s164XMjkA7lrr_7Ren6IDUhGeafgOmkXTf3u7cPu4O0BeJKxjoDMWjGdjuRz0DNVZveIM629E3kq_nC02SG-XlpAoS-Il0Etu31S0u_ZGj5JRbqO-Kbnk/s1600/0,,56484176,00.jpg" height="250" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
PS: em dezembro vi algumas postagens em redes sociais criticando a pressão CONTRA a "magia do natal" e a fantasia do papai noel. Engraçado observar isso, porque sempre senti a pressão contrária, a favor da tal magia e do papai noel, como se não "jogar pirlimpimpim" sobre a festa seria quase um crime contra a infância - veja bem, não falo da festa, que eu adoro, mas de fantasia-la, como o mercado tanto gosta. Por isso pensei em mostrar o meu ponto de vista, e dizer que o melhor é que cada família decida como viver suas festas, de preferência bem conscientes do que é válido ou não à ela.</div>
</div>
Mirtes Aquinohttp://www.blogger.com/profile/05745157049334554014noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7978480724744601717.post-39334693368825244522013-12-12T07:59:00.001-03:002013-12-13T07:56:46.239-03:00Agora assine...<div style="text-align: justify;">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-mnxVRY7jCoG9RAJyeM_oAggfcJ9_-C3kPjpmEG6nspxPP0KMYFjUCWXqpqqm7ZYpDmtSH4DJDAstDakE2l1Ii7qSkdyeQCqVNGmbBlfPCJEoz_I9qyJrCiceAVkNYH8q5q-zHfcDwQI/s1600/o+ponto+capa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="293" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-mnxVRY7jCoG9RAJyeM_oAggfcJ9_-C3kPjpmEG6nspxPP0KMYFjUCWXqpqqm7ZYpDmtSH4DJDAstDakE2l1Ii7qSkdyeQCqVNGmbBlfPCJEoz_I9qyJrCiceAVkNYH8q5q-zHfcDwQI/s320/o+ponto+capa.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b>O ponto</b></div>
<div style="text-align: center;">
texto e ilustrações: Peter H. Reynolds</div>
<div style="text-align: center;">
tradução: Monica Stahel</div>
<div style="text-align: center;">
editora: Martins Fontes</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Letícia adora desenhar, pintar, colar e cortar desde sempre. É sem dúvidas a brincadeira preferida dela, aquela que ela nunca se cansa. Lembro de quando aos 2 anos ela pediu uma cola bastão ao papai noel - na época ela chamava de "cola igual da minha pró". E é também a brincadeira que eu mais libero, aquela que mesmo cansada, mesmo sabendo que vou ficar muito tempo depois da pequena dormir limpando, não consigo dizer não (exceção para uso de tinta nas noites que antecedem dias úteis, que eu sou doida mas tenho juízo). E é um tal de guardar papel de presente, embalagens mil, fitinhas, botões, tecidos. Cola bastão e durex são coisas que tenho que esconder o que quero usar para garantir ter quando precisar rsrsrs A porta do seu quarto é colada de cima a baixo com artes suas e dos amigos mais próximos. Há alguns meses, separei as artes em papel mais queridas e arrumei em uma pasta catálogo (aquela com sacos plásticos) - ficou lindo. Adoro, apesar da sensação de caos que fica.<br />
<br />
E desde sempre procuro não tolher suas iniciativas por motivos estéticos. Interfiro o mínimo possível, na verdade. Não lembro mais onde eu li ou ouvi, quando Let ainda era uma bebezinha, sobre a importância de permitir à criança, principalmente em seus primeiros anos, expressar sua criatividade e suas emoções na arte da forma que quiserem. E mesmo esteticamente não muito aceitável, incentivamos e utilizamos sempre que possível. Aliás, o seu micro-bolinho de aniversário na escola, feito em novembro, teve aranhas, seu nome e idade, feitos por ela, espetados no bolo (reparem no seu nome, com aranhinhas nos pingos dos is). </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDkmQswpoIsr6H_j5p5GsVaWVWTUxCe6XBKvsnBP197viabofXiOULlIWhJnoObCNxxLPwVBh89LEOFOIj71Ljb0JhS6Um0nLKSlq_PBDCQkydY2E1Vie_06pIrh9H8Xud9bJn1MdZW2Y/s1600/bolo+com+artes+let.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDkmQswpoIsr6H_j5p5GsVaWVWTUxCe6XBKvsnBP197viabofXiOULlIWhJnoObCNxxLPwVBh89LEOFOIj71Ljb0JhS6Um0nLKSlq_PBDCQkydY2E1Vie_06pIrh9H8Xud9bJn1MdZW2Y/s320/bolo+com+artes+let.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
E eu tinha que fazer essa introdução para falar do livro <b>O ponto</b> que me encantou desde o primeiro dia que o vi. Com traços simples e expressivos, utilizando cores primárias para expressar os sentimentos dos personagens, a história fala de quando Vashti deixa seu papel em branco até o final da aula de artes. Ela não sabe desenhar!!! Mas a professora de Vashti, com imensa habilidade (e como é importante ter educadores com esta habilidade), consegue fazer a menina deixar a sua marca, e depois pede: "agora assine". Vashti achou tudo aquilo uma grande bobagem, afinal, ela tinha feito apenas um ponto com caneta. Mas, na semana seguinte, era o ponto de Vashti que estava emoldurado sobre a mesa da professora.<br />
<br />
Hummmm, Vashti conseguia fazer um ponto melhor que aquele, e fez! Muitos! Pontos amarelos, verdes, vermelhos e azuis. Pontos pequenos, grandes, enormes, e até um ponto sem pintar. E assim, a menina que não sabia desenhar, descobre uma forma inusitada de expressar-se artisticamente, e motivar outras crianças.<br />
<br />
Adoro este livro porque ele me lembra o quanto é importante para qualquer um ter uma expressão artística. Eu, que já repeti no passado tantas vezes: "tenho duas mãos esquerdas", na gravidez descobri que poderia dar vazão a minha criatividade com arte, começando pelo enxoval da filhota, e seguindo por uma porção de outras coisas, principalmente nos seus aniversários. Queria ter sido mais estimulada na infância a deixar minha marca e assiná-la... demorei a perceber que poderia fazer isso. Tento acertar com a filhota.<br />
<br />
Por fim, alguns dos últimos desenhos que ela fez, dos personagens de Caillou: Gilbert, Caillou e Rosie, copiados de imagens da internet, recortados e colados com cola bastão rsrsrs<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYnfL77pvXoPKRRsEJYObslhTwzsR86W_iOcJ9_mbUHBCR46au63ZITL80AdOYVfbaVrU7OTXIYdg3aWrRmvlq0KcYB6OAyTl2nVUIhW78FMeeiVen1pJw_VUo1fMK2on_6eeAonDR8xw/s1600/desenhos+let+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYnfL77pvXoPKRRsEJYObslhTwzsR86W_iOcJ9_mbUHBCR46au63ZITL80AdOYVfbaVrU7OTXIYdg3aWrRmvlq0KcYB6OAyTl2nVUIhW78FMeeiVen1pJw_VUo1fMK2on_6eeAonDR8xw/s320/desenhos+let+1.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM64sHc-ux4IoFDQ9Lr4lq4tjO8uPZ8O87eV_9iIq_NotkdQ6R0Fo1wMh5sr51gk54Voz87NhdNVW5I1dsTGIYKWyF4CWrXhXsjJYA6VeLQno-Qizdaohn0h4WUcDavYgukPTS7PfxNds/s1600/desenho+let2+c%C3%B3pia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM64sHc-ux4IoFDQ9Lr4lq4tjO8uPZ8O87eV_9iIq_NotkdQ6R0Fo1wMh5sr51gk54Voz87NhdNVW5I1dsTGIYKWyF4CWrXhXsjJYA6VeLQno-Qizdaohn0h4WUcDavYgukPTS7PfxNds/s320/desenho+let2+c%C3%B3pia.jpg" width="225" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Mirtes Aquinohttp://www.blogger.com/profile/05745157049334554014noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7978480724744601717.post-18326296357839326932013-11-25T17:44:00.000-03:002013-11-25T17:53:20.293-03:00Menino faz futsal! Menina faz GR!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMoLJo1235CsKE16FH74bG1o-mWqq_tE7bEEYzNmtdcLU4yBZvAAC8Su3GLq7JMBUIjMti2SLRhivNWLrWfSsjWtly76zJMFnApWYOF22f3HmJx1Ua4Fe4hpQDUNoPU-rXT1EE5KgRodE/s1600/o+rei+da+sola.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMoLJo1235CsKE16FH74bG1o-mWqq_tE7bEEYzNmtdcLU4yBZvAAC8Su3GLq7JMBUIjMti2SLRhivNWLrWfSsjWtly76zJMFnApWYOF22f3HmJx1Ua4Fe4hpQDUNoPU-rXT1EE5KgRodE/s400/o+rei+da+sola.jpg" width="273" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b>O rei da sola</b></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">texto: Márcia Frazão</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">il</span>ustrações: Mariana Massarani</div>
<div style="text-align: center;">
editora: Cosac Naify</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br />
<div class="MsoNormal">
O livro de hoje tornou-se imediatamente
um dos favoritos de Letícia logo que chegou às suas mãos. E ela pediu para relê-lo
infinitas vezes. E é claro, tem uma história por trás.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ela, que frequenta creche desde
os quatro meses e meio, desde que fez 1 aninho teve aulas de capoeira (sim, na
Bahia é assim). Aos 2 anos começou a pedir incessantemente para ter aulas de
balé, influenciada pela coleguinhas que saiam da escola de coque, tutu e sapatilha
para as tais aulas. Não começou logo porque ainda não tinha idade, depois foi o
nosso bolso o impeditivo, até que aos 4 anos começou as aulas e as frequentou
até final do ano passado, quando ela mesma pediu para sair. Aí veio a escola
nova, que inclui natação no horário normal da aula – e ela adora. E no
contraturno, me foi dito durante a pré-matrícula, ela teria direito a mais um
esporte a escolher: futsal ou ginástica rítmica (GR). Perguntei a ela o que
preferia e a resposta foi imediata: futsal! E na semana seguinte: GR. E na
seguinte a seguinte: futsal. Ainda era agosto, então decidimos que, quando as
aulas começassem, ela faria uma aula de cada e decidiria.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Entretanto, na matrícula, em
dezembro, fui informada por uma funcionária da escola que não havia o que
escolher: menino faz futsal, menina faz GR. Exatamente assim. Fiquei revoltada, acima de tudo porque, a escola que escolhi com tanto cuidado e por
tantos meses, tinha um posicionamento claramente sexista em relação aos
esportes – aliás, até onde esse posicionamento se estendia??? Mas ao iniciar as
aulas, a filha parecia decidida a fazer GR, achei melhor deixar para conversar
com a escola em outro momento. Com quase dois meses de aula, juntei este a
outros assuntos e marquei um horário com a direção. Alguns dias antes do dia
marcado, o seguinte diálogo se estabeleceu:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- Mamãe, eu posso fazer futsal?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Pode sim filha. (falei, sem nem
pensar duas vezes)<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Então<strike> </strike>eu
quero fazer futsal!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Mas filha, se você for fazer futsal,
terá que sair do GR. Você quer sair do GR?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Quero. Não tem problema sair do
GR.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Você não gosta de fazer GR?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Gosto. Mas gosto mais de jogar
futebol.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Pronto, fui conversar com a
diretora. Na verdade, eu achava que tudo não passava de um mal entendido,
afinal, havia sido a vice-diretora quem tinha me dada a informação da
possibilidade de escolha dos esportes. Mas não, a diretora confirmou a
informação: menino faz futsal, menina faz GR. Simples assim. Perguntei o porquê
e a resposta foi: “já tivemos meninas jogando futsal aqui, mas os meninos são
muito truculentos e as meninas sempre se machucavam. O futebol é um esporte de
muito contato, por isso restringimos, e hoje só os meninos fazem futsal”.
Indignada não define bem a sensação que tive naquele momento. Fiquei arrasada.
Mas saí da sala com a promessa de uma avaliação do assunto com a equipe de
esporte e uma resposta breve... que não veio, mesmo depois de semanas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Pus as mãos a obra, e busquei
literaturas que abordassem o assunto. Pensava talvez num artigo científico, mas
achei algo muito melhor: o capítulo 7 dos “Parâmetros Curriculares Nacionais”
elaborado pela Secretaria de Educação Fundamental do Ministério da Educação –
MEC, que dedica-se exclusivamente à Educação Física nas quatro primeiras séries
da Educação Fundamental. O documento, que se destina aos professores da área,
deve ser norteador para a prática do ensino da educação física entre crianças
do ensino fundamental do país. E ele claramente incentiva a prática mistas
(meninos e meninas) de esportes, destacando inclusive o futebol, como forma de desincentivo
ao sexismo. Fiz uma carta à escola incluindo alguns trechos do documento do
MEC, trechos que transcrevo ao final deste post. Ao final da carta, incluí ainda
a lista de algumas instituições de ensino e/ou esporte que oferecem aulas
mistas de futsal para a faixa etária de minha filha em nossa cidade. A carta
foi entregue com cópia à direção, à coordenação de esportes e aos professores
de futsal.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Várias semanas se passaram e a
resposta continuava não vindo. Apenas quando decidi tirar minha filha do GR e
matriculá-la na escolinha de futsal de um clube próximo de casa, a resposta veio.
Encurtando a história, ela está fazendo futsal há alguns meses na escola e tem
adorado. Os meninos estranharam, e ela ouviu coisas como “Eca, menina fazendo
futsal?!?!” ou “Meninas não sabem jogar futebol, meninas só sabem dançar balé”,
mas tem driblado bem estas questões. Não é uma exímia jogadora, mas nem ela,
nem nós, estamos preocupados com isso. Como aprendi com o próprio documento do
MEC e conversando com profissionais da área, ela está na fase de experimentar,
buscar novas possibilidades, e a última coisa que precisa agora é que digam que
ela não pode fazer algo, principalmente por ser menina.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Aliás, um dia, depois de
perguntar várias vezes quando poderia começar o futsal, ela me perguntou se
demoraria tanto se fosse um menino, e ao ouvir de mim a resposta sincera de que
não, não demoraria tanto, que estava demorando porque ela era a primeira menina
e a escola ainda estava avaliando como recebê-la (quanta baboseira a gente é
obrigada a dizer a um filho...) ela desabafou “mamãe, eu queria ser menino. Ser
menina é muito chato, a gente não pode fazer um monte de coisas!”. Pfff... E
acho que foi por tudo isso que ela gostou tanto de <b>O Rei da Sola</b>. O livro conta a história de Claudinha, a artilheira
do time de futebol da rua do Sobe e Não Desce. É que dias antes da grande final
do campeonato, a sola do tênis de Claudinha descolou, e ficou igual boca de
jacaré. Ah, mas aquele não era um tênis qualquer, era o tênis amarelo de
Claudinha, seu tênis da sorte, que a ajudava a fazer tantos dribles perfeitos. Decididos
a salvar o time, Claudinha e seus amigos procuram a bruxa Vitalina e o
grandioso Rei da Sola para resolver aquele problema.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O que tem de especial nessa
história? O time de Claudinha é formado por meninos e meninas, e em nenhum
momento isso é tratado como um tabu. Meninas e meninos jogam juntos e isso é
só. Simples assim. Mais que isso, a principal jogadora do time é Claudinha, uma menina, e a possibilidade da melhor jogadora não jogar com seu tênis da sorte mexe com todos do time, inclusive os meninos. Um livro fantástico, que trata a igualdade de gênero como algo tão corriqueiro e normal que não tem como as crianças não se encantarem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Para finalizar, seguem alguns trechos do documento do MEC mencionado acima, com algumas considerações minhas:</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Em
sua página 33 o documento lista os objetivos gerais de educação física no
ensino fundamental, e os dois primeiros são: <i>“participar de atividades corporais, estabelecendo relações
equilibradas e construtivas com os outros, reconhecendo e respeitando
características físicas e de desempenho de si próprio e dos outros, sem
discriminar por características pessoais, físicas, sexuais ou sociais” e
“adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade em situações
lúdicas e esportivas, repudiando qualquer espécie de violência”.<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><i><br /></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Na
página 25, o documento expõe explicitamente sua recomendação pela formação de
equipes mistas nas aulas de educação física: <i>“No que tange à questão do gênero, as aulas mistas de Educação Física
podem dar oportunidade para que meninos e meninas convivam, observem-se,
descubram-se e possam aprender a ser tolerantes, a não discriminar e a
compreender as diferenças, de forma a não reproduzir estereotipadamente
relações sociais autoritárias”.<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Já
nas páginas 58 a 63, o documento trata de orientações gerais para o ensino da
educação física, destinando a segunda para <b><i>“Diferenças entre meninos e meninas”</i></b>,
que inicia-se com o seguinte parágrafo: <i>“Particularmente
no que diz respeito às diferenças entre as competências de meninos e meninas
deve-se ter um cuidado especial. Muitas dessas diferenças são determinadas
social e culturalmente e decorrem, para além das vivências anteriores de cada
aluno, de preconceitos e comportamentos estereotipados. As habilidades com a
bola, por exemplo, um dos objetos centrais da cultura lúdica, estabelecem-se
com a possibilidade de prática e experiência com esse material. Socialmente
essa prática é mais proporcionada aos meninos que, portanto, desenvolvem-se
mais do que meninas e, assim, brincar com bola se transforma em “brincadeira de
menino”.”</i> O documento também diz em sua pág. 52: <i>“Se tiver havido um trabalho para diminuir as diferenças entre as
competências de meninos e meninas no primeiro ciclo<a href="file:///C:/Meus%20Documentos/Mirtes%20Aquino%20C%20seplan/pessoal/consumismo%20infantil/sexismo/carta%20Criarte%20Futsal.docx#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="font-size: 11pt; line-height: 115%;">[1]</span></b></span><!--[endif]--></span></a>,
o desempenho será quantitativamente mais semelhante. Nesse momento, também, as
crianças estão mais cientes das diferenças entre os sexos; portanto, há que se
tomar cuidado em relação às estereotipias, principalmente no que se refere aos
tipos de movimento tradicionalmente considerados”.</i><o:p></o:p></span></div>
<div>
<!--[if !supportFootnotes]--><span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br clear="all" />
</span><br />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1">
<div class="MsoFootnoteText">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><a href="file:///C:/Meus%20Documentos/Mirtes%20Aquino%20C%20seplan/pessoal/consumismo%20infantil/sexismo/carta%20Criarte%20Futsal.docx#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Segundo o documento, o primeiro ciclo do ensino fundamental vai até o 3º ano
deste.</span><o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<br /></div>
Mirtes Aquinohttp://www.blogger.com/profile/05745157049334554014noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-7978480724744601717.post-78827670869466109002013-11-17T07:50:00.001-03:002013-11-17T07:50:11.905-03:00Época de mudanças e um programa russo...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsEL4BX0DaHVLaNy5B7kD5FxiBzYpRyhqrLBNUPSfIURCb-YmvaEK2ozx5OdDzedGdWnqH5JfQM4u_mwKaHR1SzzJ0OhhuvO6wCXs7HFh6_PKZSDxODqROWPdq4Hv9vZ09E2E0OLgROTg/s1600/47298947.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsEL4BX0DaHVLaNy5B7kD5FxiBzYpRyhqrLBNUPSfIURCb-YmvaEK2ozx5OdDzedGdWnqH5JfQM4u_mwKaHR1SzzJ0OhhuvO6wCXs7HFh6_PKZSDxODqROWPdq4Hv9vZ09E2E0OLgROTg/s320/47298947.jpg" width="315" /></a></div>
<br />
<span style="text-align: justify;">A vida é cheia de surpresas e
mudanças, a maioria acontecendo em momentos diferentes. Mas de vez em quando
ela resolve juntar uma porção de surpresas e mudanças para um mesmo momento.
Foi o que aconteceu comigo nas últimas semanas. Nada muito radical, mas
pequenas mudanças que juntas me tiraram do chão, por assim dizer. Algumas
mudanças dentro de mim, outras do lado de fora. Algumas mudanças no trabalho,
outras em casa. Algumas mudanças boas e outras nem tanto. Mas o tumulto está
passando, e está ficando uma sensação boa de que quando as coisas se
reajustarem, vai ser tudo muito melhor do que era antes!</span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Estou cheia de livros e coisas
para contar aqui, mas antes queria fazer esse post assim, bem leve e
descontraído, corrigindo um descompasso que causei no blog: não tenho nenhum
post na sessão <b>O que os cachinhos assistem</b>! E temos visto tanta
coisa boa... elas virão depois, mas hoje quero dividir com vocês a nossa mais
nova descoberta. Descoberta feita pela filhota, diga-se de passagem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ela adora o youtube,
principalmente pela possibilidade de ver seus programas favoritos seguidas
vezes e no horário que desejar. Mas eu me preocupo muito com seu acesso não
acompanhado a esse site... agora que ela já lê e escreve, adora fazer buscas no
youtube por palavras-chaves, mas uma palavra-chave, como se sabe, pode levar a conteúdos bem
distintos na internet... Por isso procuro supervisionar bem de perto quando ela
está navegando no youtube. Bom, apesar disso, só vi <b>A</b> <b>Menina e o Urso</b> quando a
pequena já tinha assistido vários episódios e estava irremediavelmente
apaixonada. Tive sorte – ufa!!! – foi uma ótima descoberta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="http://www.youtube.com/show/mashaimedved"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Маша и Медведь</span></a>, ou Masha e
o Urso, é um desenho russo sensacional, que conta as aventuras de um urso enorme
e amoroso, e uma menininha do tipo mais apimentado que há. Ela sempre se mete
em confusões ou arranja problemas para o amigo urso resolver... mas tudo bem, eles se adoram, e apesar de todos os problemas que a menina arranja eles são mesmo ótimos amigos. Um programa absolutamente fofo e divertido, que deve agradar a todos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Os episódios não são traduzidos para o português, mas têm tão poucas falas, que não há qualquer dificuldade em se acompanhar seu desenrolar. Aliás, assistir vídeos em outras línguas tem sido uma constante pra Letícia. Ela quer assistir um programa, digita na busca, e aparecem episódios em inglês, espanhol, croata ou chinês??? What´s the problem??? Ela assiste assim mesmo. E isso sempre me deixa pensando em como essa nova geração está mesmo anos luz da minha... na sua idade, e mesmo bem mais velha que ela, nunca tive esse tipo de estímulo, de ouvir línguas diversas (no máximo as músicas em inglês que eventualmente ouvia no rádio rsrsrs). </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
O episódio abaixo foi o primeiro que assisti, e o meu favorito. Quando vi a primeira vez fiquei pensando que era uma pena não ter tradução para o português, mas depois percebi o quanto é legal assisti-lo assim, no original. Tem vários episódios disponíveis, e sabe, adorei toooodos!<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="480" src="//www.youtube.com/embed/n-6IBMH8wic?list=PL7731555E61717ED6" width="853"></iframe>
<br /></div>
Mirtes Aquinohttp://www.blogger.com/profile/05745157049334554014noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7978480724744601717.post-54630916732047326002013-10-05T23:40:00.000-03:002013-10-05T23:40:08.010-03:00Criança, consumismo e troca - parte 2<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjghmaajX94sFxAZo0BOpRdG-hNFghPayv3oLAhOj6pP3s2puMPJLj1K1JqlgyjpqyL304Yz00DQDEjLwIQovhVDFICNhZN3aCGgHAOUoiGV853CwySMQkhLymR4MQOPQ0nP6HMv4MZ1Jw/s1600/o+giz+vermelho.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjghmaajX94sFxAZo0BOpRdG-hNFghPayv3oLAhOj6pP3s2puMPJLj1K1JqlgyjpqyL304Yz00DQDEjLwIQovhVDFICNhZN3aCGgHAOUoiGV853CwySMQkhLymR4MQOPQ0nP6HMv4MZ1Jw/s320/o+giz+vermelho.jpg" width="246" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b>O giz vermelho</b></div>
<div style="text-align: center;">
texto: Iris van der Heide</div>
<div style="text-align: center;">
ilustrações: Marije Tolman</div>
<div style="text-align: center;">
tradutora: Monica Stahel</div>
<div style="text-align: center;">
editora: Martins Fontes<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
"Sara esta aborrecida. Queria desenhar no chão, com giz vermelho, mas a calçada era muito irregular. Todos os seus desenhos davam errado. Já ia jogar o giz fora quando viu Tim do outro lado da rua. Ele estava brincando com suas bolas de gude. "Deve ser divertido", Sara pensou."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É assim que começa <b>O giz vermelho</b>, um livro que conheci numa compra "às cegas" de uma mega promoção em uma loja on line. Havia me apaixonado pela sinopse, que parecia refletir exatamente a ideia da Troca de Brinquedos. E o livro não decepcionou. É que Sara tenta resolver seu tédio propondo a Tim uma troca: seu giz vermelho pelas bolas de gude de Tim. "É um giz mágico. Tudo que você desenha com ele cria vida." E Tim na mesma hora desenhou um dragão - veja a ilustração:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnhffosw4HWvaaD5CAN07y7bWoJDMaKVMtIT8eCC3BcjbM0x2srSeAsYAmfUHpQtZ-nqX4n5iny7q4gZNzl0zL0-iLI42ZAzn2DD2rvqSQhQVyZ7YKfggA9CHIU5ZydFmtRxGdBj6URQ0/s1600/O+giz+vermelho1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="263" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnhffosw4HWvaaD5CAN07y7bWoJDMaKVMtIT8eCC3BcjbM0x2srSeAsYAmfUHpQtZ-nqX4n5iny7q4gZNzl0zL0-iLI42ZAzn2DD2rvqSQhQVyZ7YKfggA9CHIU5ZydFmtRxGdBj6URQ0/s400/O+giz+vermelho1.JPG" width="400" /></a></div>
<span style="font-size: x-small;">imagem tirada <a href="http://imensavida.blogspot.com.br/2012/01/livro-infantil-da-semana_17.html">daqui</a> (blog Imensa Vida) </span><br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pois é, para Tim o giz é mesmo mágico, e seu dragão ganha vida! Mas logo Sara fica insatisfeita com as bolas de gude também - "Não tem graça nenhuma." A solução? Novas trocas! E as bolas de gude sem graça viram pérolas do mar na mão de Sam, e a flauta desafinada, faz todos os ratos da cidade seguirem Ben. Mas Sara continua trocando, porque ela não consegue perceber que o que faz um brinquedo especial não está no brinquedo, mas no significado que damos a ele. O brinquedo sem a pitada da criatividade e da imaginação, não garante diversão alguma. Na verdade, o brinquedo, assim como o livro, é tão somente um instrumento. É o BRINCAR, o SENTIR, o SONHAR e o IMAGINAR que fazem a brincadeira.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No final do livro, e de tantas trocas, adivinha qual o último brinquedo que Sara trocou??? Pois é, o seu giz vermelho, que tinha virado uma amarelinha na mão de Ben. Só então Sara percebe que especial mesmo é brincar junto com seus amigos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_G_IvaUiNt_90Y4BP7gIsT0gFofMSC4Fyrgdd3bRkia4GJbWrziXUTp-Q6IxUJhZ6l0JuFBWqI1vVvYQYw5RNeLloKjFiOmPgk1LYcfx-3wh6n8Y2qxg0MOgc0fDHHWWqyjd43H66R-4/s1600/O+giz+vermelho2.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_G_IvaUiNt_90Y4BP7gIsT0gFofMSC4Fyrgdd3bRkia4GJbWrziXUTp-Q6IxUJhZ6l0JuFBWqI1vVvYQYw5RNeLloKjFiOmPgk1LYcfx-3wh6n8Y2qxg0MOgc0fDHHWWqyjd43H66R-4/s400/O+giz+vermelho2.JPG" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">imagem tirada </span><a href="http://imensavida.blogspot.com.br/2012/01/livro-infantil-da-semana_17.html" style="font-size: small;">daqui</a><span style="font-size: x-small;"> (blog Imensa Vida)</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small; text-align: center;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje nós realizamos a terceira <b>Feira de Troca de Brinquedos e Livros de Salvador</b>, e a imensa alegria se repetiu. O Palacete das Artes é um lugar lindo, acolhedor e onde se respira cultura. Novamente, foi simplesmente mágico ver as crianças interagindo, negociando, trocando, sorrindo, brincando, e às vezes chorando. Tudo é aprendizado. Letícia, que nunca tinha tido problemas em suas trocas, hoje chateou-se pela primeira vez e chorou: queria um trenzinho, e quando a troca já estava quase estabelecida, uma outra criança fez uma oferta que agradou mais e levou seu objeto de desejo. Ficou chateada, chorosa, mas logo aceitou que não se pode controlar tudo, e saiu de lá muito feliz com suas trocas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLia39aJe_XVRptXVMsr-4kiuUfEJnahEGxMuZ7iWG8yvpeA1G4aHp7FAvtQ0wNLogxkqMIN8e5iXq4tycEnayjiKMVclD8oZ_bDo_VA9ErMXHe9cJCSf4kFZyD6qbjbaRgjNiiyBvOh4/s1600/feira+out2013.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLia39aJe_XVRptXVMsr-4kiuUfEJnahEGxMuZ7iWG8yvpeA1G4aHp7FAvtQ0wNLogxkqMIN8e5iXq4tycEnayjiKMVclD8oZ_bDo_VA9ErMXHe9cJCSf4kFZyD6qbjbaRgjNiiyBvOh4/s400/feira+out2013.jpg" width="265" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">Para ver mais fotos clique <a href="https://www.facebook.com/media/set/?set=a.522100834544289.1073741826.352567554830952&type=1">aqui</a>.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E você, já pensou em organizar uma feira de troca? Não precisa ser nada grandioso - basta ver as fotos das <a href="http://cachinhosleitores.blogspot.com.br/2013/10/crianca-consumismo-e-troca-parte-1.html">feiras de troca entre primos</a> que organizamos na minha família. Então, por que não entre as crianças do prédio? Ou da sala de aula do seu filho? Que tal propor uma feira de troca na escola? Na sua igreja? Entre as crianças que frequentam a pracinha ou o parque? Entre os primos? As possibilidades são infinitas! Cada grupo pode fazer suas próprias regras. O importante é que as crianças estabeleçam o valor de cada brinquedo e livro sem usar a lógica monetária, e tenham liberdade para estabelecer suas negociações. Garanto que será gratificante.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1an-AjnFpDZuGcRE1ULmRNjWKkRbZrecbiSJ5geckikVKg52Q42XhVNrhYWGtYDZngKvE-OcsRXCHcTsvtkJ005d28PFDoS0fEw-ozBpuQ1MYTsThIdvlHANaBZNg1kp7ea3J03S8HSs/s1600/1269146_552049598202329_749195606_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="305" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1an-AjnFpDZuGcRE1ULmRNjWKkRbZrecbiSJ5geckikVKg52Q42XhVNrhYWGtYDZngKvE-OcsRXCHcTsvtkJ005d28PFDoS0fEw-ozBpuQ1MYTsThIdvlHANaBZNg1kp7ea3J03S8HSs/s640/1269146_552049598202329_749195606_o.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Mirtes Aquinohttp://www.blogger.com/profile/05745157049334554014noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7978480724744601717.post-49071362445926337282013-10-03T00:24:00.000-03:002013-10-03T00:24:49.323-03:00Criança, consumismo e troca - parte 1<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="text-align: justify;">Há alguns anos, fiz uma viagem à Irecê, no semiárido baiano, como parte de uma disciplina do mestrado.
Em dupla deveríamos escolher uma propriedade de agricultura familiar,
entrevistar seus proprietários e desenvolver uma análise de viabilidade das
mesmas. Eu e um colega escolhemos a propriedade de um senhorzinho que era uma
simpatia, e foi mesmo uma ótima escolha. Logo no primeiro dia, estávamos os
três em frente à casa da família, onde havia, além do banco de madeira em que sentamos,
uma árvore e sob esta, uma montanha de ramas de cenoura. Assim como a maioria
dos agricultores da redondeza, ele se dedicava ao plantio de cenoura e
beterraba. Lá pelas tantas, o colega perguntou o que ele faria com tanta rama. Ele
respondeu: “ah, usamos pra alimentar os animais. Vou distribuir com meus
vizinhos” O colega falou, meio assustado com tal resposta, que ele deveria
vender as ramas - já que todos usavam poderia ser uma boa fonte de renda extra.
O velhinho riu gostoso e respondeu: “Meu filho, eu não vendo porque semana
passada foi o meu vizinho quem fez sua colheita e dividiu suas ramas comigo e
com os outros. E na semana que vem será o outro vizinho que fará o mesmo.
Assim, os animais de todos têm o que comer”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
Nunca esqueci esse episódio, que
provavelmente me trouxe a principal lição de toda a viagem. O contei algumas
vezes em sala de aula, quando era professora, ao falar do surgimento do modo de
produção capitalista. Sempre achei essa uma ótima forma de mostrar como o modo
de pensar capitalista não é único, nem mesmo nos dias de hoje. Já tinha tempo
que não lembrava dessa história, mas a proximidade do dia das crianças me fez
relembrá-la.<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
Todo ano é a mesma coisa. Antes mesmo de
começar outubro, o comércio e a publicidade voltados ao consumo infantil estão
em polvorosa. Os canais de TV, abertos e fechados, desfilam propagandas
com toda sorte de produtos para “alegrar o dia da garotada”. As lojas de venda<span class="apple-converted-space"> </span><i>on line</i><span class="apple-converted-space"> </span>não param de enviar e-mails com oferta
de produtos e tentadoras promoções. Outdoors, plotagens em ônibus, publicidades
em revistas, redes sociais e até em escolas (oi?) fazem questão de lembrar o
quanto um presente no dia das crianças é importante para a felicidade do
pequeno – UM presente para quem compra, porque é claro que a criança deve
receber presente dos pais, dos tios, dindos, avós, amigos, etc. De que outra
forma ela terá certeza do quanto é amada??? E no meio de tudo isso estão as
crianças, bombardeadas e alucinadas com as promessas de felicidade e atenção
que os famosos “presentes de dia das crianças” trarão. Pffff... Que desânimo
isso me dá.<o:p></o:p><u1:p></u1:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O desânimo é principalmente
porque a maioria dos adultos está tão absorto por esta história que realmente
acredita que será o presente no dia das crianças que fará a alegria do seu
filho, e como todo pai/mãe deseja a alegria de seu filho, o tal presente
torna-se, evidentemente, imprescindível. Não estou levantando aqui uma bandeira
contra “presentes de dia das crianças”, mas trazendo a reflexão do que realmente
isso significa. Será mesmo que para o dia dedicado às nossas crianças tornar-se
especial e para que eles se sintam amados é preciso que ganhem presentes, de preferência
caros e rapidamente “esquecíveis” como prega a mídia? Acho que nossa sociedade
há muito perdeu a noção do que é realmente importante nas relações pessoais, e
junto perdeu o bom senso em relação ao como e quanto consumir.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnPaTpmsDVvAN2Z3lKqG9zVXaTZaTqTHoAAx0NiPBL0gcDIWqHO7Ht7YHnArFdWcUXqlFhfIkSrekgDflYMzvU06JqiBQYg2SDYflEBwFYyrxg3HtoLaXIaLRxjG2elt17-3rwobRXfgA/s1600/1239328_552040281536594_1168808253_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="306" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnPaTpmsDVvAN2Z3lKqG9zVXaTZaTqTHoAAx0NiPBL0gcDIWqHO7Ht7YHnArFdWcUXqlFhfIkSrekgDflYMzvU06JqiBQYg2SDYflEBwFYyrxg3HtoLaXIaLRxjG2elt17-3rwobRXfgA/s640/1239328_552040281536594_1168808253_o.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<span style="text-align: justify;">Desde o ano passado estou
envolvida com dois movimentos que são muito importantes para mim: o </span><b style="text-align: justify;">Infância Livre do Consumismo</b><span style="text-align: justify;"> (veja </span><a href="http://www.infancialivredeconsumismo.com.br/" style="text-align: justify;">aqui</a><span style="text-align: justify;">
e </span><a href="https://www.facebook.com/InfanciaLivredeConsumismo?fref=ts" style="text-align: justify;">aqui</a><span style="text-align: justify;">), que este ano está com uma campanha belíssima em prol de um dia das
crianças sem consumismo (ilustrada pela queridíssima </span><a href="http://lalelilolustudios.com/" style="text-align: justify;">Lu Azevedo</a><span style="text-align: justify;">) e a </span><b style="text-align: justify;"><a href="https://www.facebook.com/FeiraDeTrocaDeBrinquedosSSA?fref=ts">Feira de Troca de Brinquedos e Livros deSalvador</a></b><span style="text-align: justify;"> – que terá sua terceira edição no próximo sábado, 05 de outubro,
no Palacete das Artes no bairro da Graça. Esses movimentos me trouxeram
excelentes reflexões sobre o tema, em especial a feira de troca, que me
proporcionou vivenciar uma experiência de dia das crianças não consumista.</span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgp9abC9webSEwbJ-DevrYkALl1nzAaksRupZe4WHy27jD9lNtnw6Ug5pzejLX7kV3W_dB-W5INomoUBs1VYJcoURbDlxhRS5uxP6UnxdRj1RlpoMOGeqSI4-lw6IMvbbkA7oYoRK6i7mI/s1600/1277740_519172148170491_1759810602_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="233" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgp9abC9webSEwbJ-DevrYkALl1nzAaksRupZe4WHy27jD9lNtnw6Ug5pzejLX7kV3W_dB-W5INomoUBs1VYJcoURbDlxhRS5uxP6UnxdRj1RlpoMOGeqSI4-lw6IMvbbkA7oYoRK6i7mI/s640/1277740_519172148170491_1759810602_o.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
A ideia é tão simples quanto genial: as crianças e suas família se reúnem no local escolhido e levam aqueles brinquedos e livros que, embora não estejam mais em uso, possam ser usados por outras crianças. Chegando à feira, escolhem um espaço e expõem o que levaram, analisando também o que o interessa entre o exposto por outras crianças. Quando uma criança encontra um objeto que deseja obter, procura seu atual dono com o que tem a oferecer e a negociação se inicia - e nessa etapa é muito importante que a intervenção adulta seja mínima. O importante é que cada criança atribua aos objetos um valor simbólico, não monetário - assim, um brinquedo eletrônico caro pode ser trocado por um quebra-cabeça e deixar duas crianças felizes (eu vi isso acontecer). Se a troca agradar ambos os lados, se estabelece. Se não, cada um terá que procurar outra negociação.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Lembro de quando organizamos a primeira feira e do medo de como se dariam estas negociações, qual seria o nível de frustração das crianças com as trocas não estabelecidas. O aprendizado foi enorme, de forma resumida a experiência mostrou que:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- como em outros aspectos, subestimamos a capacidade de compreensão das crianças. Embora tenha havido um ou outro episódio de frustração manifestada por choro e revolta, foram raríssimos os casos de crianças que voltaram para casa insatisfeitas. Na grande maioria dos casos, em algum momento da feira, elas encontraram outra oportunidade de troca que se efetivou e saíram satisfeitíssimas;</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- os maiores conflitos ocorreram quando o adulto interferiu mais do que deveria (colocando seus interesses pessoais acima dos da criança). Não tenho dúvida, a maior dificuldade de internalizar a proposta da feira é do adulto, que tende muitas vezes em comparar monetariamente os objetos;</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- a experiência traz para as crianças lições preciosíssimas: desapego, capacidade de negociação e de lidar com a frustração, e principalmente: que a diversão de um brinquedo não está no fato dele ser novo, ou caro, ou badalado, mas no sentido que você atribui a ele!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- o brinquedo não é necessário para fazer as crianças se divertirem e interagirem (bom, muitas vezes até atrapalha a interação). Várias atividades bacanas são marcadas junto com a feira, e muitas vezes o que vemos são brinquedos largados de lado e crianças sendo felizes juntas!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ah, e sabe o que foi mais legal? Repliquei a experiência na minha família, e já fizemos duas feiras de troca entre primos. Marcamos numa pracinha, levamos comidinhas para um piquenique, depois fazemos as trocas das crianças e no final a troca dos adultos - pois é, adultos também trocam! Já troquei vestido, bolsa, brinco, colar, maquiagem rsrsrs E quem não tem algo que comprou, usou e enjoou, ou até enjoou antes de usar? Garanto que é uma experiência única, muito rica e muito divertida.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZt0QsJ3Pt0xuDwY5Mf-tVEXIqjTbvkwA7-FiavCZ0ahJWj6ZDHLRePAV_u67lmFk45LsaOT1RTNI2pRZjVqDcFn2WIP7sXqEendmTx3LGoz8In8JC7IxbWJFI3qWLKhUQsZQnevghWRA/s1600/feiras.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZt0QsJ3Pt0xuDwY5Mf-tVEXIqjTbvkwA7-FiavCZ0ahJWj6ZDHLRePAV_u67lmFk45LsaOT1RTNI2pRZjVqDcFn2WIP7sXqEendmTx3LGoz8In8JC7IxbWJFI3qWLKhUQsZQnevghWRA/s400/feiras.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
O dia das crianças pode sim ser comemorado com alegria e diversão sem precisar da interferência do consumismo. Pense nisso. Amanhã volto com a segunda parte do post e um livro maravilhoso.</div>
Mirtes Aquinohttp://www.blogger.com/profile/05745157049334554014noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7978480724744601717.post-42898405467837721372013-09-23T12:05:00.003-03:002013-09-23T12:06:28.551-03:00O desejo de crescer e a sabedoria africana.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQ7v_XaGmuzndpjngr-I5ehNV3EcE7kXLhgLwsxNMSLVnHB3DnMqLzQ4oTX6MqWwKFmR9jjurmwVpHGUrHs4sWAOhpu96RB4lVymxUTieyqibs0z6fybSzm96PBhZZO8k5YfMHAPHK0DY/s1600/as+tran%C3%A7as+de+bintou.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQ7v_XaGmuzndpjngr-I5ehNV3EcE7kXLhgLwsxNMSLVnHB3DnMqLzQ4oTX6MqWwKFmR9jjurmwVpHGUrHs4sWAOhpu96RB4lVymxUTieyqibs0z6fybSzm96PBhZZO8k5YfMHAPHK0DY/s320/as+tran%C3%A7as+de+bintou.jpg" width="219" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b>As tranças de Bintou</b></div>
<div style="text-align: center;">
texto: Sylviane A. Diouf</div>
<div style="text-align: center;">
ilustrações: Shane W. Evans<br />
tradução: Charles Cosac</div>
<div style="text-align: center;">
editora: Cosac Naify</div>
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Cheguei ao livro de hoje de uma forma deliciosa que não posso deixar de contar: no início de junho fomos a uma grande livraria para eu retirar uma compra que havia feito na internet. Enquanto me esperavam, Thiago e Letícia se esparramaram nas almofadas com alguns livros escolhidos. Quando os encontrei, ele lia <b>As tranças de Bintou</b>, que eu ainda não conhecia, para a filhota que estava no seu colo. Cheguei de mansinho, com medo de atrapalhar o encanto daquele momento, e sentei ao seu lado para aproveitar da leitura também. Encanto realmente era a palavra! O livro é lindo, emocionante, envolvente. Quis levá-lo naquele mesmo instante, mas o lampejo de controle que ainda tenho em relação aos livros me segurou, e ele apenas entrou na minha longa lista de desejos (ou em quarentena, como gosto de dizer). Pois bem, preciso dizer que já há muitos anos decidimos não nos presentear com presentes comprados no dia dos namorados, e geralmente comemoramos com um jantar feito por mim (adooooro) ou alguma programação especial (não necessariamente no dia 12, afinal queremos nos divertir, não estressar). Mas neste dia 12, Thiago me surpreendeu e emocionou com um pequeno embrulho onde estava <b>As tranças de Bintou</b>... os melhores presentes são sempre assim, precedidos de um contexto que os torna especiais.<br />
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A história do livro foi criada pela filha de um senegalês e uma francesa, e claramente se inspira nas histórias e lendas africanas. Bintou é uma menina que deseja crescer e deixar de ser criança, porque sonha em ter tranças. Em sua comunidade, as crianças não podem ter tranças, por isso Bintou tem apenas 4 birotes na cabeça. Ela sonha que já é grande, como sua irmã Fatou, e tem lindas tranças como as dela, e quando balança a cabeça, o Sol a segue, e ela brilha como uma rainha. Mas, apesar de ser tão pequena, Bintou tem um enorme coração e é muito corajosa, e por isso um dia conquista o direito de ter tranças, mesmo sendo uma criança... mas sua avó, Soukeye, a mostra como seus birotes podem ser especiais. Bintou é uma menina com quatro lindos birotes na cabeça, o sol a segue e ela está feliz.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWuDk-Dw1NXAhPBX8psjR1PiBqeDoBWbo8AhmJttsd527YQYzCvAH3aV-VW3m4iJ9TC0MqWN0JR2AtXbnJoUefMtA8aGzVBbrhx888S80j1hzdH9u4ikcxKmCFJYpCgyqj0M15GPtCXdw/s1600/BINTOU0028+(2).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWuDk-Dw1NXAhPBX8psjR1PiBqeDoBWbo8AhmJttsd527YQYzCvAH3aV-VW3m4iJ9TC0MqWN0JR2AtXbnJoUefMtA8aGzVBbrhx888S80j1hzdH9u4ikcxKmCFJYpCgyqj0M15GPtCXdw/s320/BINTOU0028+(2).jpg" width="248" /></a></div>
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Entretanto, o mais especial dessa história está no motivo da comunidade de Bintou não permitir que as crianças usem tranças. É a vovó Soukeye quem conta a Bintou: "Há muito tempo, existiu uma menina chamada Coumba que só pensava no quanto era bonita. ... Todos a invejavam, e ela foi se tornando uma menina vaidosa e egoísta. Foi nessa época, e por isso, que as mães decidiram que as crianças não usariam tranças, só birotes, porque assim elas ficariam mais interessadas em fazer amigos, brincar e aprender."<br />
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Ah, a sabedoria africana... "fazer amigos, brincar e aprender" deveria mesmo ser as únicas preocupações e interesses de uma criança. Mas tenho ficado cada dia mais espantada com a forma como nossas meninas estão sendo adultizadas - e cada vez mais cedo. Meninas de 3 anos de unhas pintadas, salto alto e maquiagem! Aliás, quem é mãe de menina sabe a dificuldade que é comprar sandália sem salto para números a partir do 28. 28! A maioria das meninas calça 28 por volta dos 5 anos de idade! Nem vou falar dos malefícios de saltos para quem está com o corpo em formação ou dos riscos da maquiagem, entre eles o uso de metais pesados - isso é o óbvio, alardeado para quem estiver interessado. Queria falar nos prejuízos de ter nossas meninas privadas das delícias da infância, sensualizadas e adultizadas. As crianças são curiosas, querem entender e descobrir o mundo adulto, o que é normal e saudável. Para isso usam o faz de conta, a fantasia. Mas uma criança de 4 anos usar maquiagem diariamente para ir à escola ou roupas sensuais e pouco confortáveis em festinhas de aniversário, pouco ou nada tem de fantasia e faz de conta, ao meu ver.<br />
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Porque queremos apressar a vida das nossas crianças? Porque queremos encurtar o tempo que têm para ser apenas... crianças? Esse tempo é único, e vai passar rápido, porque privar nossas meninas de vivê-lo plenamente? Vamos fazer essa reflexão?</div>
Mirtes Aquinohttp://www.blogger.com/profile/05745157049334554014noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7978480724744601717.post-44998791963841051842013-09-01T11:23:00.002-03:002013-09-01T11:23:23.575-03:00Livro para assistir... ou filme para ler<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhf2H8o4IRpCastdigOHBvqFWoGy8kVKCswyAvYW6k7r574loZCFNJJhNczY1J0vRizHuaNV3ZaJVHxxRvBqWk7wLkTpfF1Q05TEb6qdwcHadJDw0d9-erltZEQWltQ5cnueET3eF7-hQA/s1600/image+(8).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhf2H8o4IRpCastdigOHBvqFWoGy8kVKCswyAvYW6k7r574loZCFNJJhNczY1J0vRizHuaNV3ZaJVHxxRvBqWk7wLkTpfF1Q05TEb6qdwcHadJDw0d9-erltZEQWltQ5cnueET3eF7-hQA/s320/image+(8).jpg" width="238" /></a></div>
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<b>Kinocaixa - 5 livros de bolso</b></div>
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texto e imagens: Mariana Zanetti</div>
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editora: Hedra</div>
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O que leva um blog a ficar abandonado por seu dono? Sei que as respostas são múltiplas, mas para mim, ela é geralmente: um post/assunto que engasga. Engasguei com um post que nem sei se ou quando vem pra cá. Não consegui escrevê-lo como tinha planejado e não consegui buscar outro livro/assunto. Pffff... Mas essa não é a única explicação. Algumas coisas roubaram minha atenção, mudanças simples mas intensas alteraram minha rotina, e estou reaprendendo algumas coisas que até pensava que sabia. Algumas decisões foram tomadas diante de tudo, e uma das principais foi: reduzir o tempo em frente às telas. A redução começou recentemente e já estou espantando com o tempo que "ganhei". Apenas uma exceção: meu Cachinhos Leitores. Por isso retorno hoje cheia de gás e livros lindos e interessantes. </div>
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Bom, mas o tal engasgo foi quebrado na última quinta com a chegada de um livro que tinha encomendado há alguns dias e esquentou meu coração de verdade. Conheci o Kinocaixa há uns 2 anos, numa biblioteca pública infantil da minha cidade, e desde então ele entrou na minha lista de comprar. Mas nunca o achava em livrarias, só para encomenda, e o tempo foi passando, e cheguei a esquecer dele. Até que há alguns dias, revisitando minha lista, resolvi fazer uma busca por ele na internet, e percebi que dos meus sites de confiança, apenas um (o da livraria física que tem teatro em todas as suas unidades) ainda tinha o item. Comprei na mesma hora. E ele chegou quinta, inusitado como eu ainda lembrava dele! Uma caixinha pequena com cinco mini-livros, uns mais gordinhos que outros, mas todos guardando surpresas deliciosas: <b>Lá vai o trem</b>, <b>Chuva de Verão</b>, <b>Viagem à Lua</b>, <b>Em São Paulo</b> e <b>Vida Besta</b>.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFKqW1kBGixYsyagJUGpKHTfDx9YL6ByijO9CyZ65r6vvpSdWbmGFNzwOYpx7IbDmCz7a2HWn8szx2m_jxXgsvPJCORf-eB3jwLXD4CJu9Cf_DWW31zWBE1vYfHtNGJf6u6JgUvU7e9c0/s1600/image+(4).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFKqW1kBGixYsyagJUGpKHTfDx9YL6ByijO9CyZ65r6vvpSdWbmGFNzwOYpx7IbDmCz7a2HWn8szx2m_jxXgsvPJCORf-eB3jwLXD4CJu9Cf_DWW31zWBE1vYfHtNGJf6u6JgUvU7e9c0/s320/image+(4).jpg" width="320" /></a></div>
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Mariana Zanetti deu vida aos kinolivros com carimbos, em preto e branco. Os flipbooks contam uma história com suas imagens, e trazem um comentário sobre ela nas páginas de verso. Uma brincadeira deliciosa!<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwvpnvawQrmqDqeXpH1mZs837kL2lU5uHxQWQe8ZlWAGuSr8jTAFOGftI5VQwKqYmrs-8yM76bT-dwoYeRiKdvZddorLp5-zwtXEqv_WUX6M1bAHSI27HH-l-8MQQE673UEEtzKBFrc_w/s1600/image+(6).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwvpnvawQrmqDqeXpH1mZs837kL2lU5uHxQWQe8ZlWAGuSr8jTAFOGftI5VQwKqYmrs-8yM76bT-dwoYeRiKdvZddorLp5-zwtXEqv_WUX6M1bAHSI27HH-l-8MQQE673UEEtzKBFrc_w/s320/image+(6).jpg" width="320" /></a></div>
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<span style="font-size: x-small;">Vida Besta. "Será o tédio dos peixes igual ao tédio da gente?"</span></div>
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<object height="480" width="640"><param name="movie" value="//www.youtube.com/v/uVqu98dKsH4?hl=pt_PT&version=3&rel=0"></param>
<param name="allowFullScreen" value="true"></param>
<param name="allowscriptaccess" value="always"></param>
<embed src="//www.youtube.com/v/uVqu98dKsH4?hl=pt_PT&version=3&rel=0" type="application/x-shockwave-flash" width="640" height="480" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true"></embed></object></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">Os livros estão no youtube. Este é o meu favorito (uma bicicleta passando calmamente entre o engarrafado e alucinado trânsito de São Paulo) , mas todos os cinco têm vídeos lá.</span></div>
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A minha pequena adorou! Levou para a escola, para a aula de artes, para o play do prédio, e todos adoraram. Quando fui pegá-la na escola as crianças me cercaram: "tia, você comprou onde? Vou pedir a minha mãe para comprar para mim também" rsrsrs Em meio a tanta porcaria que esses pequenos querem imitar e "ter também", fico feliz que a simplicidade criativa e alegre dos kinolivros tenha chamado suas atenções também. Os nossos já estão com as capas bem marcadinhas de tanto uso... fico feliz e vou aprendendo a controlar minha mania de ter livros intactos...<br />
<br />
Ah, e estou aprendendo também a controlar meus engasgos de posts. As vezes é porque não consegui tirar aquelas fotos que queria, ou fazer aquela consulta, ou ter aquela inspiração que acho que o livro merece. O último foi por tratar de um fato que ainda não está resolvido para mim. Mas o que preciso aprender é que, independente do motivo, sempre haverá algo especial esperando a vez para desengasgar o blog. E quando mais rápido, melhor...</div>
Mirtes Aquinohttp://www.blogger.com/profile/05745157049334554014noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7978480724744601717.post-218775973199709822013-07-26T08:30:00.000-03:002013-07-26T08:30:02.201-03:00A bola de Ceci e o vestido de Max!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyRffg0RHaEhnqXQ_q-AJNkEhqAmXhyphenhyphenY2IiutnzkXdtDRnjJDwox7o9Q8hoIjKqQv2g7-_xSqwyeRiJSMoUWJO8zIzZP3XdY2-dhcSCjaHVSTzli0qGdWUCIZwBU_t1YXlARBdWv1fr0A/s1600/ceci+e+o+vestido+de+max.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyRffg0RHaEhnqXQ_q-AJNkEhqAmXhyphenhyphenY2IiutnzkXdtDRnjJDwox7o9Q8hoIjKqQv2g7-_xSqwyeRiJSMoUWJO8zIzZP3XdY2-dhcSCjaHVSTzli0qGdWUCIZwBU_t1YXlARBdWv1fr0A/s320/ceci+e+o+vestido+de+max.jpg" width="236" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Ceci e o vestido do Max</b><br />
texto: Thierry Lenain</div>
<div style="text-align: center;">
ilustrações: Delphine Durand</div>
<div style="text-align: center;">
tradução: Marcela Vieira</div>
<div style="text-align: center;">
editora: Companhia das Letrinhas<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No último título lançado no Brasil, a duplinha Ceci e Max, vão juntos ao supermercado, e enquanto Ceci fica encantada com uma bola de couro dourada, Max suspira de amores por um vestido rosa cheio de frufrus. Ele diz que imagina como Ceci ficaria linda nele, mas Ceci nem quer pensar em usá-lo... ah, mas Max insiste, insiste... e Ceci concorda, desde que Max use também...</div>
<div style="text-align: justify;">
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O livro traz uma abordagem super interessante sobre os esteriótipos de meninos e meninas, e o estranhamento quando alguém apresenta os "interesses errados". Porque é tão estranho uma menina gostar de bola e futebol? E mais estranho ainda um menino gostar de vestido cor de rosa? Pfff... fico pensando quantos interesses e desejos são simplesmente sufocados por não se encaixarem no que a sociedade espera que gostemos!<br />
<br />
Fico impressionada como as crianças simplesmente aprendem estas regras estereotipadas de meninos e meninas, mesmo que, aparentemente, não tenham contato com elas. Lembro quando a minha filha, ainda uma bebezona, começou a dizer que menino não podia usar rosa ou brincar de boneca... ah, o machismo nosso de cada dia! Fomos então, nos empenhando em mostrar outras referências a ela, tentando desconstruir alguns conceitos... difícil ensinar a filha o contrário de coisas tão irraigada em nós - e nem adianta achar que não - mas acho que sempre vale a pena tentar.<br />
<br />
E esse é mesmo um bom livro para abrir uma conversa sobre como esse papo de menino não pode isso, menina não pode aquilo, é bobo e limitante. Aliás, tem esse <a href="http://cachinhosleitores.blogspot.com.br/2012_09_01_archive.html">outro</a> também. Porque, como sempre digo, estas novas gerações são capazes de muito mais do que nós, podem e devem nos superar. E quem sabe para meus netos e bisnetos ser menino ou menina não seja fator limitante para escolher a cor de uma roupa ou o esporte para praticar! Quanto a Ceci, ela bem que ensaiou rir e ridicularizar Max por usar um vestido, mas não fez nada disso... ela teve que admitir que o tal vestido rosa e cheio de frufrus fica muito melhor em Max que nela.</div>
</div>
Mirtes Aquinohttp://www.blogger.com/profile/05745157049334554014noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7978480724744601717.post-75825472585058484622013-07-24T12:00:00.000-03:002013-07-24T12:00:02.975-03:00O que é preciso para ganhar beijinhos da Ceci?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi51lcrK5586E6ldK16iA02erzT7-LCLpmkE_4o5H_FF1U4wrtpV_u1witV05vY7PRMbSCZn_vMWI-XrXHce_KGalwkwBKu2aaBIGsnhaA5H8pRkncnwZa4p0iuKPIbkrlEa_0QR8_2Moo/s1600/os-beijinhos-de-ceci.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi51lcrK5586E6ldK16iA02erzT7-LCLpmkE_4o5H_FF1U4wrtpV_u1witV05vY7PRMbSCZn_vMWI-XrXHce_KGalwkwBKu2aaBIGsnhaA5H8pRkncnwZa4p0iuKPIbkrlEa_0QR8_2Moo/s320/os-beijinhos-de-ceci.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Os beijinhos da Ceci</b></div>
<div style="text-align: center;">
<div>
texto: Thierry Lenain</div>
<div>
ilustrações: Delphine Durand</div>
<div>
tradução: Heloisa Jahn</div>
<div>
editora: Companhia das Letrinhas</div>
</div>
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O terceiro livro de Ceci e Max trata do namoro dos dois. Namoro de criança, mas levado muito a sério por eles. Ahhh, e como Ceci é uma namorada difícil! Max adora os beijinhos de Ceci, e faz qualquer coisa para consegui-los... mas Ceci exagera! E na escola, na hora do recreio, manda Max ficar sentado nos degraus da escada do banheiro, a espera de, talvez, ela ter vontade de lhe dá um beijo. E Max fica, no primeiro, no segundo e no terceiro dia... mas nada de ganhar beijos de Ceci. Ele já está bem chateado quando a professora vem tentar descobrir porque ele já não brinca no recreio, e ao saber a verdade - mas sem saber o nome da namorada, porque isso é segredo sagrado - faz um discurso sobre peixes, pássaros, cabras, aquários, gaiolas e tocos... kkkk </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Max fica confuso, tem pesadelo a noite, mas na manhã seguinte tem certeza de uma coisa: o apaixonado não foi feito para ficar esperando um beijo sentado na escada do banheiro! Mesmo correndo o risco de perder os beijos de Ceci, Max deixa isso claro para a namorada, afinal, se ela quiser dar um beijo nele que vá ao lugar onde ele estiver. E não é que é exatamente isso que Ceci faz? E Max ganha um belo beijo na bochecha. Ah, a crueldade dos apaixonados, se desfaz rapidinho quando há o risco de perder o ser amado rsrs</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Adoro a forma como Max se rebela contra a tirania de Ceci! E adoro o jeito que ela corre atrás do namorado: "Na verdade, Max, prefiro você deste jeito!" Tiranias desse tipo são tão comuns numa fase da infância, inclusive com crianças do mesmo sexo. São normais, eu sei, fazem parte do crescimento, eu sei, mas gosto da ideia de dizer a elas que se dá valor a quem se dá valor... eu queria te aprendido isso bem mais cedo...</div>
Mirtes Aquinohttp://www.blogger.com/profile/05745157049334554014noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7978480724744601717.post-59316591532513684132013-07-22T12:00:00.000-03:002013-07-24T00:24:44.470-03:00Para ter um bebê!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOdVnQhFzD2YZyOz8lonGJLtinvUr1FA6Xo1J1rsn_h_uAbyPe-mwe8gdZ7qld3bpQsY5fYMXXRnpnz-RzGMPsZUGwlAVKNwPoMJA9atX-St7yu4B0LG79tWhm_MdjSIpGMMjBmnPxG2U/s1600/ceci+que+ter+um+beb%C3%AA.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOdVnQhFzD2YZyOz8lonGJLtinvUr1FA6Xo1J1rsn_h_uAbyPe-mwe8gdZ7qld3bpQsY5fYMXXRnpnz-RzGMPsZUGwlAVKNwPoMJA9atX-St7yu4B0LG79tWhm_MdjSIpGMMjBmnPxG2U/s320/ceci+que+ter+um+beb%C3%AA.png" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Ceci quer um bebê</b></div>
<div style="text-align: center;">
texto: Thierry Lenain</div>
<div style="text-align: center;">
ilustrações: Delphine Durand</div>
<div style="text-align: center;">
tradução: Paulo Werneck</div>
<div style="text-align: center;">
editora: Companhia das Letrinhas</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Depois de conhecer <b>Ceci tem pipi?</b> eu só pensava em conhecer os outros livros da série. E como nunca os encontrei em livrarias ou bibliotecas, o jeito foi pedir pela internet. E aí preciso confessar a vocês que<b> Ceci quer um bebê</b> me causou espanto, e não tive coragem de entregá-lo a filha. Pois é, excesso de moralismo, provavelmente. Fiquei viajando que aquele ainda não era o momento para Letícia conhecê-lo, que era melhor esperar ela crescer um pouquinho mais - tolinha. Rá, mas a vida se encarregou de driblar meus medos pudicos, e um dia, sem querer, ela viu sua capa dentro do meu armário, e gritou logo "Ceci! Tem outro livro de Ceci?" Aí já era, não tinha mais nada a fazer senão entregá-lo rsrs</div>
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<br /></div>
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Do jeito direto de Thierry abordar os temas, Ceci começa esse livro perguntando a Max se ele a ama, e ao ouvir uma afirmativa, faz a proposta sem pestanejar "Vem cá. Vamos fazer um bebê." E ele vai, apesar do susto e do medo que sente - filho é coisa séria, né? Mas nem pense em cegonhas ou repolhos, Ceci não é boba rsrsrs Ela sabe que para fazer um bebê o papai e a mamãe têm que deitar na cama e se abraçar forte, não sem antes fechar bem a porta do quarto - para fazer um bebê, a porta do quarto tem que estar bem fechada. Depois do abraço apertado, os dois vão lanchar - e Ceci acha que já pode até sentir o bebê!</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No dia seguinte é carnaval, e Ceci e Max vão à escola fantasiados. Max vai de guerreiro das estrelas. Ceci vai apenas com um barrigão. A professora elogia sua fantasia de mamãe grávida e a escuta dizer que não está fantasiada. No dia seguinte não é mais carnaval, mas Ceci continua de barrigão. Hum, Max começa a ficar preocupado. E fica mais ainda quando, alguns dias depois, vê Ceci chegar sem barrigão e com um bebê... de verdade. A história é muito divertida, e fala de sexo e da chegada de irmãozinhos de forma leve, além de trazer o desejo das crianças de viverem experiências adultas, como namorar, casar e ter filhos. Uma forma muito legal de abordar esses assuntos, principalmente se as curiosidades já começaram.</div>
Mirtes Aquinohttp://www.blogger.com/profile/05745157049334554014noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7978480724744601717.post-49799686068773564392013-07-19T08:15:00.003-03:002013-07-22T01:16:42.054-03:00Sem-pipi ou Com-perereca?<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Em abril do ano passado, escrevi um post sobre um livro que adoro: <a href="http://cachinhosleitores.blogspot.com.br/2012/04/quem-tem-pipi.html">Ceci tem pipi?</a> Ele é o primeiro de uma série, e na época planejava escrever logo na sequência sobre os outros dois. Bom, nem preciso dizer que acabei não escrevendo... E nesse tempo, o quarto livro foi lançado no Brasil, e recentemente consegui comprá-lo. E aí que me deu uma vontade enorme de escrever sobre eles, inclusive sobre aquele primeiro, que já escrevi. Foi assim que nasceram esses quatro posts, que começo a publicar hoje, sobre os títulos da deliciosa série do francês <b>Thierry Lenain </b>(bom, os títulos já traduzidos e lançados no Brasil).</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqjI8XBlS55_hdNolBmwcpqqa35hZ4HJ7QWk_xOf1O45qwVIa-D-lanayF2yYPNvcuKEbK7gM4Z2LyP3js2e9q-GYFBSLGaIU2R8cdO5Z2HHlOrSuPt7Z7b7TNa3Ang8HRDQCS1wavYCQ/s1600/242251g1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqjI8XBlS55_hdNolBmwcpqqa35hZ4HJ7QWk_xOf1O45qwVIa-D-lanayF2yYPNvcuKEbK7gM4Z2LyP3js2e9q-GYFBSLGaIU2R8cdO5Z2HHlOrSuPt7Z7b7TNa3Ang8HRDQCS1wavYCQ/s320/242251g1.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Ceci tem pipi?</b></div>
<div style="text-align: center;">
texto: Thierry Lenain</div>
<div style="text-align: center;">
ilustrações: Delphine Durand</div>
<div style="text-align: center;">
tradução: Heloisa Jahn</div>
<div style="text-align: center;">
editora: Companhia das Letrinhas</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Como o próprio Thierry afirma, ele é um escritor que escreve histórias que defendem as meninas. Na verdade, suas histórias abordam questões da sexualidade para as crianças, falando para elas, na sua linguagem, e buscam desconstruir algumas ideias machista e sexista. Mas esqueça se te veio à mente "livros endereçados", desses que tem como objetivo principal ensinar algo ou passar uma mensagem, e só por acaso têm uma história condutora. As histórias de Ceci são muito boas, sensacionais, eu diria. E o que eu mais gosto nelas é que Thierry não caiu nas armadilhas mais comuns, como falar sobre sexo para crianças usando metáforas bobinhas ou uma porção de termos técnicos, ou ainda abordando o sexismo com um discurso moralista. Suas histórias são diretas, claras, e na linguagem do pequeno leitor - tratando a criança com respeito - e como eu gosto disso...<br />
<br />
Pela editora francesa, já são oito* os títulos da série da dupla Zazie e Max. Aqui no Brasil, Zazie virou Ceci, e já estão lançados os quatro primeiros títulos. E é nesse primeiro livro que a duplinha se conhece, quando Ceci vai estudar na sala de Max, e causa uma verdadeira revolução na vida do colega. Tudo isso porque a chegada de Ceci faz pela primeira vez Max repensar algo que já estava muito bem formatado em sua cabeça: no mundo existem as pessoas Com-pipi e as Sem-pipi, e é claro que as Com-pipi são mais fortes - elas têm pipi, não é mesmo? E nem foi Max quem inventou isso, sempre foi assim, desde a época dos mamutes. Por isso, Max nem liga quando a professora apresenta Ceci - ela é uma Sem-pipi!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbkIN0MAqyMZ7TRgAAq6JMRPMxTEU0LQM0p8LkmrXLUjdFC6mDJYJd4pjsUOhVjj1j5uKLG9EW9Oded1gm6SiIquCXDOhn0KIf7PHH89ZsHmfQ46cBkzMGz3IAmOIWHMAH6-bOsyGVNFs/s1600/DSC00664.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbkIN0MAqyMZ7TRgAAq6JMRPMxTEU0LQM0p8LkmrXLUjdFC6mDJYJd4pjsUOhVjj1j5uKLG9EW9Oded1gm6SiIquCXDOhn0KIf7PHH89ZsHmfQ46cBkzMGz3IAmOIWHMAH6-bOsyGVNFs/s400/DSC00664.JPG" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">O mundo para Max antes de Ceci.</span><br />
<div>
<span style="font-size: x-small;"><br /></span></div>
</div>
Ah, mas Ceci não é menina que se possa ignorar! Ela desenha mamutes ao invés de florzinhas fofinhas, joga futebol, não tem medo de subir em árvores e sempre vence nas lutas. Ceci simplesmente não cabia no formato arrumadinho de Com-pipi e Sem-pipi que norteava a cabeça de Max. Tinha alguma coisa diferente naquela garota... será que Ceci é uma Sem-pipi que tem pipi? Mas isso seria trapaça, não? E essa dúvida não sai da cabeça de Max...</div>
<div style="text-align: justify;">
Ceci e Max devem ter uns 5 anos, e é mesmo mais ou menos nessa fase que as crianças começam a realmente incorporar que meninos e meninas precisam ser diferentes, e não apenas por terem ou não pipi. Menino gosta de bola, menina gosta de boneca. Menina não pode gostar de bola, menino não pode gostar de boneca. E claro, meninos e meninas não devem se gostar... pffff... que chatice.<br />
<br />
Mas a sacada do livro é sensacional! Nunca tinha visto um livro infantil tratar a questão do sexismo na infância de forma tão direta e acessível à criança! Ele traz a ideia freudiana de castração e inferioridade das meninas de uma forma simples e sem rodeios. E ao final da história, quando finalmente Max reconstrói sua ideia das diferenças entre meninos e meninas - já que a primeira foi detonada por Ceci - percebe que, na verdade, existem os Com-pipi e as Com-perereca! Sim, somos diferentes... mas não tem nada faltando nas meninas!<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0SFWRDc_B3gf5a847VEhanaAtQrddz4G6pGxWj1gwMl1aA3HIJ6PQZ-RKOEYGqnMz5kfwPVUWTin1x5jw7EK263P7S9cGnlXq74tuMKdQEwn46JzLuatSDfnG-lRlEG5wk9TCkna0_9I/s1600/ceci2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0SFWRDc_B3gf5a847VEhanaAtQrddz4G6pGxWj1gwMl1aA3HIJ6PQZ-RKOEYGqnMz5kfwPVUWTin1x5jw7EK263P7S9cGnlXq74tuMKdQEwn46JzLuatSDfnG-lRlEG5wk9TCkna0_9I/s400/ceci2.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-size: x-small;">O mundo para Max depois de Ceci</span></div>
<span style="font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-size: x-small;">* além de um exemplar com cinco histórias, as quatro primeiras, já lançadas no Brasil, e uma inédita.</span></div>
Mirtes Aquinohttp://www.blogger.com/profile/05745157049334554014noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7978480724744601717.post-76209485306509531122013-07-11T11:00:00.000-03:002013-07-11T11:00:08.252-03:00Olhos que veem o que ninguém mais ver...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgreHb8dtTJEWrsMALIHEPyf2g7zd-ezPjFzUvyNIvrLbIBXR-Pn2jRtyxM1uWgOCJ3cZstDKCMVlWdRBPdS3eYvXBYMys8dvoWYcKIdYqjFaCJ9B6lv3a1GOWP6wy9msfjJzbHyclXNLM/s1600/o_menino_que_espiava.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgreHb8dtTJEWrsMALIHEPyf2g7zd-ezPjFzUvyNIvrLbIBXR-Pn2jRtyxM1uWgOCJ3cZstDKCMVlWdRBPdS3eYvXBYMys8dvoWYcKIdYqjFaCJ9B6lv3a1GOWP6wy9msfjJzbHyclXNLM/s320/o_menino_que_espiava.jpg" width="313" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif;"><b>O menino que espiava pra dentro</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">texto: Ana Maria Machado</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">ilustrações: Alê Abreu</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">editora: Global</span></div>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">Esse não foi um livro que me conquistou de cara. Li a primeira vez, gostei, mas achei ele um pouco confuso, longo demais para minha filha aproveitar. Depois surgiu a oportunidade de lê-lo novamente, e fui então me encantando com sua história. O texto de Ana Maria Machado trata de um dos assuntos mais incríveis para mim: o faz de conta infantil!</span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">As crianças são mesmo incríveis na arte de fazer de conta, e o Lucas é</span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif;"> craque dos craques. Por isso, sua avó costuma dizer, quando ele está distraído, sem ver nem ouvir ninguém, que ele está espiando para dentro. E está mesmo! Todo mundo espia pra dentro quando está dormindo, sonhando. Mas Lucas consegue espiar para dentro mesmo bem acordado. E num instante o espaço embaixo da mesa vira uma grande floresta, com árvores e animais selvagens, e o balançar numa rede, um veleiro enfrentando um mar agitado, com tempestades e piratas. Ah, e como eu sei como é isso... Letícia também adora espiar para dentro, e muitas vezes temos que atravessar a sala pulando em pedras invisíveis para não cair no rio perigoso, ou esconder debaixo do lençol para não ser capturados por um leão feroz. Eu adoro essa fantasia que ainda reside nela, e que já não acho tão facilmente em mim. Enquanto ainda está nela, incentivo sempre que posso, da melhor forma que posso, e quase sempre me divirto muito junto.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">Ah, e Lucas tem um amigo imaginário, embora não use essa expressão. O amigo mora nos lugares para onde Lucas vai quando espia pra dentro, e juntos vivem todas as aventuras. Tatá, de Talento ou Tamanco, é mesmo seu fiel amigo. </span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">Contam os mais velhos que eu tive muitos amigos imaginários. Amigas, na verdade. Todas tinham nome e características bem claras. Coisa de filho único, diziam. Bom, só fui filha única por dois aninhos. Já minha filha, única aos seis, nunca teve amigos imaginários, ou pelo menos, nunca os dividiu conosco. Sempre brincou muito com suas bonecas, dava nomes a elas, atribuía atitudes humanas, mas suas amigas eram todas palpáveis. Aliás, sua boneca favorita é quase um membro da nossa família, sua amiga inseparável.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">Mas bem, brincar com Tatá é tão divertido, que Lucas decide bolar um plano para ficar espiando pra dentro para sempre, ou pelos próximos 100 anos! Uma história divertida e viajante, sobre onde a imaginação infantil podem nos levar. No final do livro, Tatá vira um amigo real para Lucas, e eu suspeito que espiar para dentro ficou para ele ainda mais divertido.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">As ilustrações são maravilhosas, cheia de encantos e fantasias. A capa já traz a brincadeira dos olhos vazados de Lucas, integrados com imagens "espiadas pra dentro" na primeira página, uma ótima sacada! A ilustração abaixo, tirada do <a href="http://aleabreublog.blogspot.com.br/2008/06/o-menino-que-espiava-pra-dentro.html">blog do ilustrador</a>, acompanha um texto lindo, que faço questão de transcrever para vocês:</span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZi5q1CBrflzF12p1arvtBwE8sHxJ2oqn0PokJGsSrg4YMOVlCpjqdWb6LGR6A5W9SdLdvszmFQkWJAAkF5SyefX9CrBylyInS80E1j3MqLaJ_6CeZMgxah49z7s39cleYfWgUJio8mR0/s1600/o+menino+que+espiava+pra+dentro+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="315" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZi5q1CBrflzF12p1arvtBwE8sHxJ2oqn0PokJGsSrg4YMOVlCpjqdWb6LGR6A5W9SdLdvszmFQkWJAAkF5SyefX9CrBylyInS80E1j3MqLaJ_6CeZMgxah49z7s39cleYfWgUJio8mR0/s640/o+menino+que+espiava+pra+dentro+1.jpg" width="640" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; font-family: arial, sans-serif;"><span style="color: #e06666;">"Tatá não respondeu logo. Como nesse dia eles tinham ido para um bosque cheio de fadas, elfos, duendes e gnomos, ele se distraia observando a atividade de todas essas criaturinhas. Quem estivesse olhando para fora só veria um menino contemplando abelhas, borboletas, lavadeiras e outros insetos, pelo meio das flores. Mas, espiando pra dentro, havia dois amigos e uma quantidade enorme de seres miúdos e diferentes escorregando em cogumelos, morando entre raízes, se pendurando em balanços de teia de aranha, viajando em favas ou brincando em cascas de nozes. Tudo muito longe daqui."</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif;"><br /></span>
<span style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">Como disse antes, é um livro com um texto extenso, uma história mais longa, mas que certamente empolga os pequenos. Aqui em casa, as vezes o lemos em etapas, mas ele sempre é bem aceito. Aliás, impossível esquecer a primeira vez que o li para Letícia, de uma vez só, e ao final ela me disse: "mamãe, eu também adoro espiar para dentro, né?". Não posso negar que fiquei espantada com a identificação tão imediata dela...</span></div>
Mirtes Aquinohttp://www.blogger.com/profile/05745157049334554014noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7978480724744601717.post-30849024251139912722013-07-07T01:19:00.003-03:002013-07-07T10:13:03.402-03:00mais Suzy Lee...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQ6hiSt_LVra5MwUDQ0zu5Z2H-K9BhHEqIdQLUXY5fircTo0kB-hB1bLngfJ3SkUGSkbE9qPp_4fZcqTVSx2R0PJAu5HM1W6lHXza5qiF8FPWO6EmPO3gy_8DO4yqvSMPdeUOayQZtLnc/s1600/espelho-suzy-320x320.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQ6hiSt_LVra5MwUDQ0zu5Z2H-K9BhHEqIdQLUXY5fircTo0kB-hB1bLngfJ3SkUGSkbE9qPp_4fZcqTVSx2R0PJAu5HM1W6lHXza5qiF8FPWO6EmPO3gy_8DO4yqvSMPdeUOayQZtLnc/s1600/espelho-suzy-320x320.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b>Espelho</b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
texto e ilustrações: Suzy Lee</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
editora: Cosac Naify</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkJ8pTawfoR78lGhNd7duLaQ5gR6asLE668NekF9qXz2z_F_bpaiSOzl689qUiOSw6U9z9VFi7DvDYneMYxj6qvh360-PrvzATK2y2xtodkFIgNDej7P3TcMcYObUK-E94rRbOSA2X2PA/s1600/LV280679_N.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="193" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkJ8pTawfoR78lGhNd7duLaQ5gR6asLE668NekF9qXz2z_F_bpaiSOzl689qUiOSw6U9z9VFi7DvDYneMYxj6qvh360-PrvzATK2y2xtodkFIgNDej7P3TcMcYObUK-E94rRbOSA2X2PA/s320/LV280679_N.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b>Sombra</b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
ilustrações: Suzy Lee</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
editora: Cosac Naify</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Ontem chegou pelo correio o livro que faltava para concluir a trilogia de Suzy Lee aqui em casa - os três títulos lançados no Brasil pela Cosac Naify. Embora valham muito a pena, seus preços são salgados, e eu tive que ter paciência para conseguir oportunidades de preços mais palatáveis e tê-los juntos comigo. Primeiro comprei <b>Onda</b>, depois <b>Espelho</b>, e agora chegou <b>Sombra</b>. Estou numa fase de fascínio com os livros de imagem. Fico encantada com a capacidade que alguns ilustradores têm de expressar sentimentos e situações com seus traços. Eu, que embora tenha algumas habilidades manuais sou um desastre com desenhos, fico babando com quem tem este talento. E talento, Suzy Lee tem de sobra.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
O meu predileto é mesmo <b>Onda</b>. Pelo movimento, pelo azul, pelo respeito e admiração que tenho pelo mar, e pela possibilidade de imaginar a primeira vez de alguém diante do mar. Mas os outros também são sensacionais. Em <b>Espelho</b>, a menina depara-se pela primeira vez com seu reflexo no espelho: susto, medo, desconfiança e farra - muita farra - até que o reflexo cria vida própria. Na página do livro na <a href="http://editora.cosacnaify.com.br/ObraSinopse/11351/Espelho.aspx">Cosac Naify</a>, além do link para ver a animação do livro, há, no final da página, algumas versões de narração para suas primeiras imagens, feitas pelos alunos da escola Carandá. Achei sensacional!</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZb8SyFHYGbX21DO0vEevKcL_d-pNySKvEk_KeBeb4qh09LetlvytHg3EvUtkAOeGWRrXVmPKdEpEyyiS3jsQ3BWiUXZcKHHs3MqicdKWaB7_blUcTJe6HXQLbd3_SqDu9n9mRo9mJyRg/s1600/espelho01.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="271" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZb8SyFHYGbX21DO0vEevKcL_d-pNySKvEk_KeBeb4qh09LetlvytHg3EvUtkAOeGWRrXVmPKdEpEyyiS3jsQ3BWiUXZcKHHs3MqicdKWaB7_blUcTJe6HXQLbd3_SqDu9n9mRo9mJyRg/s400/espelho01.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;">imagem do livro Espelho do site da Cosac Naify</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Já <b>Sombra</b> traz as surpresas de uma menina descobrindo como sua sombra e a de outros objetos podem ser surpreendentes. Adoro este livro por ele abordar o faz de conta infantil, o que eu não me canso de admirar - sei que já perguntei antes, mas porque mesmo perdemos essa capacidade ao longo da vida? </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBy_KwjMcK3EB5-xRKDI_jb81Bbs4wiV2T_n7bGEn3jtGC1WdSfA0vieM_QZD7iCJ58vglyd5CrhkEJ0-TzQ9fF3lfbYt9Eu4w8FHBxKSR0i4YROLD1wVwx8SDRlYk6mLgNljJFqe9FBI/s1600/Sombra_blog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBy_KwjMcK3EB5-xRKDI_jb81Bbs4wiV2T_n7bGEn3jtGC1WdSfA0vieM_QZD7iCJ58vglyd5CrhkEJ0-TzQ9fF3lfbYt9Eu4w8FHBxKSR0i4YROLD1wVwx8SDRlYk6mLgNljJFqe9FBI/s400/Sombra_blog.jpg" width="338" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;">imagem do livro Sombra do site da Cosac Naify</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
E então uma maçã mordida no alto da cabeça transforma-se em uma coroa em sua sombra. Um aspirador de pó e algumas caixas, um elefante. Até que surge um lobo, e o real e as sombras começam a interagir. Não deixem de ver a animação do livro, <a href="http://editora.cosacnaify.com.br/ObraSinopse/11449/Sombra.aspx">aqui</a>. Aliás, no ano passado, no festival SESI bonecos do mundo, tivemos a oportunidade de assistir ao lindíssimo espetáculo Sombras de Mão do grupo japonês Kakashi-za, e foi muito emocionando ver o que sombras são capazes de fazer.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Acho que os livros de Suzy Lee extrapolam qualquer tentativa de classificação etária. São indicados para qualquer idade - do bebê ao idoso - para criar e contar histórias, para brincar ou simplesmente para admirar. Agora juntinhos, os meus vão ganhar lugar de destaque em casa, para serem manuseados sempre que os olhos quiserem sonhar...</div>
Mirtes Aquinohttp://www.blogger.com/profile/05745157049334554014noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7978480724744601717.post-91870571632531075462013-07-01T00:45:00.000-03:002013-07-01T00:46:49.016-03:00Distribuindo poesia...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvHF_OHquYB3DAWgfxpafCpISY31mmmkC4aBQu6vy81yThQnX_4bdKtin2ST2SbW1LuSpmHhk8_8lrztcZ7q5Nztffb2yg6NXz1zyt4xOPs7wwPXDKrneCM_a4deuhWBfsFK5OE4T8iBs/s300/dona+sofia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvHF_OHquYB3DAWgfxpafCpISY31mmmkC4aBQu6vy81yThQnX_4bdKtin2ST2SbW1LuSpmHhk8_8lrztcZ7q5Nztffb2yg6NXz1zyt4xOPs7wwPXDKrneCM_a4deuhWBfsFK5OE4T8iBs/s300/dona+sofia.jpg" /></a></div>
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<b>A caligrafia de dona Sofia</b></div>
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texto e ilustrações: André Neves</div>
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editora: Paulinas</div>
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<b><br /></b></div>
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Como vocês sabem, Letícia trocou de escola este ano, e tem sido... digamos... um pouco difícil PARA MIM processar algumas mudanças. Algumas posturas em relação a alimentação e a condução de outras questões têm me deixado com o pé atrás - sorry, essa introdução é só um desabafo...</div>
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<br /></div>
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Apesar disso, no que se refere às questões pedagógicas, tenho ficado muito feliz com a condução das coisas. Letícia está muito bem adaptada e seus progressos em várias áreas são notórios. E o primeiro projeto do ano, que tratou de poesias e parlendas, me deixou muito feliz. Mais ainda com o fechamento dele, que se deu com um recital de poesias para o dia das mães. Emocionante define.</div>
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<span style="color: #ea9999; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
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<span style="color: #ea9999; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">"O poeta</span></div>
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<span style="color: #ea9999; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">escreve poesia</span></div>
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<span style="color: #ea9999; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">para ser criança</span></div>
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<span style="color: #ea9999; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">todo dia"</span></div>
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<span style="color: #ea9999; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-weight: normal;">Fernando Paixão</span></h4>
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Com a pequena estudando poemas e poetas, lembrei-me deste livro e tratei de enviá-lo para a sala de aula. Acho que este foi o primeiro livro que comprei de André Neves - quando minha pequena ainda era uma bebezona - e depois vieram muitos outros. Hoje em dia, quando vejo seu nome numa capa, como autor ou como ilustrador, agarro logo o livro para conhecer, e quase sempre me apaixono. Acho surpreendente a estabilidade de André, como suas obras mantêm um excelente padrão, sempre - pelo menos na minha opinião. Acompanho muitos autores e ilustradores, gosto de seguir suas trajetórias, e para mim, poucos conseguem alcançar a estabilidade de qualidade dele.</div>
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<br /></div>
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<span style="color: #ea9999; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">"Ontem à tarde, quando o sol morria,</span></div>
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<span style="color: #ea9999; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">a natureza era um poema santo."</span></div>
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<span style="color: #ea9999; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Castro Alves</span></div>
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<br /></div>
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<span style="text-align: justify;">Mas voltando para Dona Sofia, naquela época, eu sabia muito pouco sobre André Neves, e li o livro pela primeira vez, de pé em uma livraria, sem grandes expectativas. E foi sua história, tão doce e envolvente, que me conquistou em cheio. A história de Dona Sofia é encantadora: uma professora aposentada que dedica seus dias a cuidar de flores e a decorar as paredes de sua casa com.. poesia. Isso mesmo, seu amor pelos versos transbordava pelas paredes da casa, e ela, com sua linda caligrafia, as escrevia. Até o dia em que, cheias, as paredes não ofereceram mais espaços para poesias. O que faria Dona Sofia? Além das belíssimas ilustrações de André Neves, o livro trás vários trechos de poemas, dos mais variados poetas. Impossível um amante de poesias não se apaixonar.</span></div>
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<span style="text-align: justify;"><br /></span></div>
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<span style="color: #ea9999; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">"Há que se afirmar o corpo até o último sempre.</span></div>
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<span style="color: #ea9999; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Exercer-se como instrumento capaz </span></div>
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<span style="color: #ea9999; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">de receber a poesia do mundo"</span></div>
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<span style="text-align: justify;"></span></div>
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<span style="color: #ea9999; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Bartolomeu Campos de Queirós</span></div>
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<br /></div>
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A saída para o impasse de dona Sofia é o mais lindo possível: ela passa a escrever os versos, que já não cabem nas paredes, em cartões coloridos, decorados com flores prensadas, e os distribui a todos os moradores da cidade. É Seu Ananias, o único carteiro da cidade, quem as entrega. E a partir daí, a vida de Dona Sofia, de Seu Ananias, e dos moradores da cidade, começa a mudar. Todos começam a viver e dividir poesia. Uma história para pensar no prazer de ser lembrado por alguém, no valor do que se divide com amor (que dinheiro nenhum pode pagar), e no quanto pequenos gestos podem trazer efeitos surpreendentes. Eu, fico imaginando no quão delicioso seria um dia receber pelo correio um cartão com a linda caligrafia de Dona Sofia...</div>
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<br /></div>
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<span style="color: #ea9999; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">"Todos os dias deveríamos ler um</span></div>
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<span style="color: #ea9999; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">bom poema, ouvir uma linda canção,</span></div>
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<span style="color: #ea9999; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">contemplar um belo quadro</span></div>
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<span style="color: #ea9999; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">e dizer algumas bonitas palavras.</span></div>
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<span style="color: #ea9999; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
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<span style="color: #ea9999; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Pensar é mais interessante</span></div>
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<span style="color: #ea9999; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">que saber, mas é menos</span></div>
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<span style="color: #ea9999; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">interessante que olhar."</span></div>
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<span style="color: #ea9999; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Goethe</span></div>
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