29 dezembro 2011

Bichos que existem e que não existem, e uma tradição natalina


Bichos que existem e bichos que não existem
texto: Arthur Nestrovski
ilustrações: Maria Eugênia
editora: Cosac Naify

Eu amo os livros infantis e estou sempre empolgada com eles - ok! Mas tem uma questão que não consigo responder: qual o limite para presentear crianças com livros? Sem limite? Alternando livro e brinquedo? O máximo possível? O mínimo possível? NDA?

Eu adoro presentear com livros, fico pensando no presenteado, suas preferências, se já sabe ler, quem lê para ele, como receberia aquele livro, como ouviria aquela história, enfim, viajo completamente (quando vou escolher um brinquedo ou uma roupa, geralmente se envolvo bem menos, olhando apenas o indicativo de idade e o preço...) Bom, o fato é que se eu não me controlar, só dou livros. E aí bate aquele medinho de virar "a tia chata que só dá livro"... risco concreto. Então eu procuro alternar, dando brinquedos de vez em quando.

Esse ano, entretanto, percebi que eu estava seguindo um padrão, pelo menos com minha filha: dar livro no natal. Ela pede o presente do Papai Noel, inevitavelmente um brinquedo, e eu sempre compro algo como nosso presente (meu e do pai), e nos últimos quatro natais esse algo tem sido livro. Só percebi isso este ano, e aí decidi, para aquelas crianças mais próximas, que ganham presentes nossos no aniversário, no natal e às vezes no dia das crianças (filha, sobrinhos e afilhados, basicamente), o natal é a hora de ganhar livro. Nas outras datas escolho outras coisas. Quando percebi que sempre dou livros a minha filha no natal, resolvi trazer aqui os quatro últimos livros que a presenteamos, começando do primeiro, de modo que na semana do natal trouxesse o deste ano... bom, nem preciso dizer que não deu, né? Então vou fazer o movimento contrário, e trazer hoje o deste ano, e os outros depois, até chegar ao que inaugurou essa nossa tradição natalina.

Bichos que existem e bichos que não existem me foi indicado por Mari dos Viciados há meses, numa compra louca que fizemos naquela promoção da livraria Cultura e da Cosac Naify- eu indiquei uns a ela e ela outros a mim. Ficou guardadinho, aguardando a hora certa, e quando eu percebi, há uma semana do natal, que o livro que eu havia escolhido tem uma história complexa demais para minha pequena (vai ficar para o ano que vem), foi nele que imediatamente pensei. A ideia do livro é fantástica, e tem tudo a ver com a fase que Cachinhos está, me perguntando a todo instante o que existe e o que não existe. Bruxa existe? Fada existe? Rinoceronte existe? Dragão existe? O livro é assim, desfila uma série de bichos, que existem e que não existem, e fala um pouquinho sobre cada um deles. O jabuti que é feio de rosto, mas bonito de corpo. O vírus que é o menor bicho que existe. O lobisomen que só aparece nas noites de lua cheia. O abominável homem das neves que vive abominavelmente sozinho. O dinossauro que não existe, mas já existiu, e muitos outros. A dedicatória ficou assim:

"Para nossa filha,
um bicho que existe, mas que de vez em quando parece até que não existe... de tão especial que ela é.
Com amor,
Mamãe e Papai."

A Mari já tinha falado sobre ele no Viciados em colo, e há pouco vi que a Lu Conti também colocou ele no Gato de Sofá. Dá uma olhada que vale a pena.

FELIZ 2012!!!

24 dezembro 2011

Nessa noite sem igual...

Uma noite sem igual
texto: Ana Maria Machado
ilustrações: Fabiana Salomão
Editora: FTD

Daqui a pouco será noite de natal, e do meio do meu sumiço, eu precisava vir desejar um feliz natal a todos vocês. Teve o aniversário da filhota, visitas de familiares, viagem para outro estado, batizado de afilhada, casamento em outra cidade - com a filha de daminha, espetáculo de final de ano do ballet, da escola, confraternizações do trabalho, do trabalho do marido, do prédio, dos coleguinhas da filha, novena de natal dos amigos, ufaaaa!!! Foi bom, mas foi cansativo. E não sobrou tempo para muita coisa. Não é desculpa pelo meu sumiço, mas é parte de uma justificativa. Aguns ajustes estão sendo necessários. Vou trabalhar neles com afinco.

Mas agora é natal, é hora de confraternizar, e lembrar do sentido maior dessa festa. Por isso trago hoje um livro que veio no meio dos presentes de aniversário. Foi o único desse ano, mas valeu por muitos. Presente de uma prima querida, muito especial, que esteve ao meu lado nos primeiros dias da Cachinhos. Uma noite sem igual, de Ana Maria Machado, conta a história mais lida no mundo na visão de um personagem "pequeno": um menino pastor que seguiu uma estrela que o levou a uma manjedoura que guardava um recém-nascido. Benjamin, o pastorzinho, é amigo do anjo Gabriel, e queria dar um presente especial ao menino da manjedoura. Uma maneira lúdica e delicada de recontar o nascimento de Jesus.

Não vou resistir e copiar o texto da contracapa, escrito pela autora:

"Sabe o que mais me atrai nesse Menino Jesus que quando crescer vai ser o Cristo? A capacidade de botar o outro em primeiro lugar. Ou seja, meu Natal tem mais a ver com presépio do que com sacolas de compras. Como sempre foi na minha família, de muitos irmãos e dinheiro curto - e inesquecíveis natais. Nada de muito diferente, mas tudo muito especial. Como essa noite sem igual"
Ana Maria Machado


Sei que nem todos que me lêem (oi, ainda tem gente que me lê, né? rsrs) são cristãos, mas não posso deixar de desejar a todos vocês uma noite realmente sem igual, com esse menino Jesus abençoando cada lar, suas vidas e as crianças que os rodeiam. Essa é a minha crença, e é com o coração repleto de fé que desejo isso a vocês, independente de suas crenças. Boas festas!!!