29 agosto 2012

PROMOÇÃO 2!!!!

Em primeiríssima mão, anuncio que a Livraria Cultura está repetindo a promoção do ano passado, e dando 50% de desconto para os livros da Cosac Naify. Mas é só hoje, dia 29 de agosto!!!
Tem ótimos títulos, infantis ou não, e acho que vale a pena uma olhadinha. Para quem está em cidades com lojas físicas da Cultura, mas não pode ir até lá, vale a dica de comprar pelo site e pedir para entregar na loja, ficando isento do pagamento de frete. Aproveitem e me contem depois...

ATUALIZAÇÃO em 29/08 - 11:55h
A livraria Saraiva está com a mesma promoção: Cosac Naify com 50%, também só hoje. Os valores aparentemente são iguais, mas é uma opção a mais, já que poucas cidades possuem loja física da Cultura. A dica permanece na Saraiva: comprar pelo site com entrega na loja, ficando isento do pagamento de frete.

Pois é, basta um promover uma ação assim que outros seguem. Isso não poderia acontecer com mais frequência?

NOVA ATUALIZAÇÃO EM 29/08 - 14:61h
Como avisou Ana Paula nos comentários, a FNAC também está dando 50% de desconto para Cosac Naify, e 30% para todos os livros. Mas é só hoje, hein?

20 agosto 2012

Descobrindo o poder das letras...

De letra em letra
texto: Bartolomeu Campos de Queirós
ilustrações: Elisabeth Teixeira
editora: Moderna 


O Batalhão das Letras
texto: Mário Quintana
ilustrações: Rosinha
editora: Globo


Palavras, muitas palavras...
texto: Ruth Rocha
ilustrações: Cláudio Martins
editora: Quinteto Editorial

Já contei uma vez aqui que a Cachinhos começou a conhecer as letras através da primeira letra do seu nome e dos seus colegas, depois da professora, pais, pais dos colegas, outros colegas, e em pouco tempo toda a turminha conhecia todas as letras e sabia associá-las a palavras que iniciassem com elas. Por isso sempre me atraíram os livros que usam como base as letras do alfabeto, como o Boa Noite, Noé, que já trouxe aqui. Hoje resolvi trazer outros livros que usam o mesmo artifício: desfilar, letra a letra, várias possibilidades para o nosso abecedário. Para os que estão aprendendo a usar as danadinhas, posso dizer que é sucesso garantido, afinal, estou falando de textos de Bartolomeu Campos de Queirós, Mário Quintana e Ruth Rocha. E ilustrações de Elisabeth Teixeira, Rosinha e Cláudio Martins. 

Os livros são divertidos e vão mostrando como as letras já estão no nosso dia-a-dia, mesmo que não nos demos conta. De letra em letra me chama muita atenção, porque o pequeno texto dedicado a cada letra, que sempre começa com um nome próprio, usa apenas palavras iniciadas com a letra em questão - o que de cara dá um bom jogo com os pequenos leitores. No D ele diz:

com D
Daniel desenha dragão, dinossauro, dromedário.
No diário de Daniel
os dentes do dragão
devoram o dinossauro
e dominam o dromedário.

e no Z:

com Z
Zaíra zela zebra, zebu, zangão
no zoológico de Zaíra
a zebra zanza,
o zebu é zonzo
e o zangão é zangado.

Todo o texto usa letras de forma, o que facilita sua identificação pelos pequenos.

Com um texto mais informal e divertido, Mário Quintana, no seu Batalhão das Letras, também dedica um poeminha para cada letra, e garante bons sorrisos. Sobre o O ele fala:

Outras letras dizem tudo.
Mas o O nos desconcerta.
Parece meio abobalhado:
Sempre está de boca aberta...

e sobre o G:

O G é letra importante,
como assim logo se vê:
com um G se escreve GLOBO
e o globo GIRA com G.

O terceiro livro também é delicioso. Ruth Rocha para cada letra trás um tipo de texto diferente, às vezes um poema, às vezes um trava língua, às vezes uma listagem de palavras iniciadas com aquela letra. Às vezes ela se demora, brincando com uma letra:


A letra E se usa assim:
Às vezes no começo,
Às vezes no meio,
Às vezes no fim.
Com E no começo
Se escreve Endereço.
Com E no meio
Se escreve fEio.
E com E no fim?
Se escreve pÉ, bonÉ, cafÉ.
Se escreve filÉ, sapÉ, marÉ.
Se escreve ChipanzÉ,
E até buscapÉ.


Às vezes ela não precisa de muito para dizer o que quer:

N
de Nada.

Existem outros excelentes livros com esta temática, mas estes são os que temos e usamos. Acho que são ótimas dicas para trabalhar com as criança em fase de alfabetização, ou mesmo as que ainda estão começando a entender a existência das letras. E vocês, têm sugestões de livros para esta fase? Conta aí...

15 agosto 2012

Quem tem medo do Grúfalo?

O Grúfalo
texto: Julia Donaldson
tradução: Gilda de Aquino
ilustrações: Alex Scheffler
editora: Brinque-Book

Por "razões misteriosas", eu ainda não conhecia o tão comentado O Grúfalo. Nunca o encontrava na livraria, e quando tive uma oportunidade de tê-lo nas mãos, não tive tempo de lê-lo. Enfim, o tempo foi passando e eu fui até esquecendo dele. Mas a vida nos prepara surpresas, e na semana passada a escola de minha filha propôs um amigo secreto de livros entre as crianças para comemorar o dia do estudante. Para minha felicidade, amigo secreto de livro é uma prática comum por lá, e já foi usada em outros momentos, como dia das crianças e encerramento do ano letivo. Escolhi um livro que adoro (e que preciso trazer aqui) para a pequena levar, e na volta ela trazia cheia de alegria O Grúfalo na mochila.

A história é uma adaptação de uma lenda folclórica, segundo a própria autora, que em sua adaptação criou o Grúfalo, um bicho que tem presas incríveis, uma verruga cabeluda na ponta do nariz e espinhos pelas costas espetados. Mas ele existe de verdade ou é apenas uma invenção do pequeno e astuto ratinho, que quer meter medo e escapar de seus predadores? O texto é todo rimado e muito divertido, ao contar como um ratinho, tão pequeno e indefeso, consegue enganar uma coruja, uma raposa, uma cobra, e até o terrível Grúfalo - todos querendo comê-lo.

É muito legal também para mostrar como algumas reputações são criadas em cima de simples lendas e suposições. E cá entre nós, não são apenas as crianças que acreditam em reputações irreais, não é? (risos). Agora estou curiosa para conhecer O Filho do Grúfalo, continuação deste primeiro, que já está na quarentena...

03 agosto 2012

Da arte de criar um filho


Mamãe Zangada
texto e ilustrações: Jutta Bauer
editora: Cosac Naify

Eu sempre tenho uma lista considerável de livros “a comprar”, quase sempre uma lista crescente, já que minha restrição orçamentária não permite que os títulos saiam da lista com a mesma freqüência que entram. A maioria dos livros que trago aqui ficou em quarentena nessa tal listagem, alguns por mais outros por menos tempo, mas com o livro de hoje foi diferente. É que Mamãe Zangada não chegou a fazer parte da lista, embora eu o conheça há bastante tempo.

Eu não lembro exatamente onde soube de sua existência, mas sei que foi com a resenha que Lu Conti fez que tratei de conhecê-lo. E ele foi perturbador naquele momento. Como apresentá-lo a minha filha, então com uns 2 aninhos? E aí preciso dizer o quanto gosto dos livros de Jutta Bauer, ilustradora e escritora alemã, que produz livros assim, perturbadores, reflexivos, questionadores. Daquele jeito que eu gosto: traços simples, poucas palavras e muitos significados. Achei melhor esquecer a história do dia que mamãe pingüim grita tanto com seu filhote que o pequeno se despedaça. O livro fala do impacto que as “explosões maternas” causam nas crianças. O volume da voz, a acidez das palavras, a irracionalidade das acusações e a agressão das ameaças. O pequeno se despedaça, e na metáfora produzida por Jutta, o bico do pingüim filho vai parar nas montanhas, suas asas na selva, seu corpo afunda no mar, e suas patas chegam ao deserto, correndo sem rumo. Ele não pode falar, nem gritar, nem voar... Mas a mamãe procura o filho em todos os lugares, até encontrar, juntar e costurar, ela própria, cada um dos pedacinho separado... para então lhe pedir desculpas.

Naquele momento eu não conseguia me imaginar entregando aquele livro à minha filha, assumindo as limitações e falhas maternas, até porque eu me considerava uma mãe bastante paciente e controlada... E o tempo passou, e a filha cresceu, e a mãe foi se envolvendo com muita coisa extra-maternidade e os dilemas mãe e filha foram mudando. E eu me vi cada dia trabalhando mais, me estressando mais, me ausentando mais, fisicamente ou não, do seu dia a dia. E fui ficando menos paciente e menos controlada. Todo mãe explode  vez ou outra – ou deveria, afinal o que não se extravasa vira doença, e não há nada mais triste do que uma mãe ausente por motivos assim – mas eu sentia que estava explodindo demais, e as explosões estavam pesadas demais, e isso me incomodava enormemente.

Resolvi parar e reavaliar tudo. Meu trabalho me absorve bastante, mas eu gosto de trabalhar, então eu precisava arrumar as coisas para que cada uma ocupe o espaço que lhe cabe. Fiz uns ajustes nos horários e estabeleci algumas coisas: meus finais de semana são para mim e minha família, reduzi consideravelmente meu tempo na internet e as noites são novamente para olhar suas atividades da escola, fazer uma comidinha gostosa para ela, acompanhar suas brincadeiras e colocá-la para dormir. Parece bobagem, mas as coisas estavam realmente emboladas: a noite eu ficava na internet e não acompanhava o que ela fazia, e ela acabava ficando na televisão até muito tarde, e dava trabalho para dormir, e muito mais para acordar. E eu? Explodia. E depois morria de culpa. O tal ciclo vicioso em ação. Ainda quero mudar algumas coisas, mas dá para perceber que consegui dar uma quebrada no tal ciclo. Chego em casa mais tranqüila, coloco ela para fazer a atividade e acompanho tudo enquanto preparo algo para comer - um balcão liga a cozinha à sala - comemos e ficamos juntas até a hora de colocá-la para dormir, cedo. Com isso ela tem acordado cedo e nossos conflitos foram reduzidos. Ahhh, mas eu ainda estouro de vez em quando, e ela não se cansa de me testar. Tudo bem, é importante para nós duas que os conflitos aconteçam, desde que estejam envoltos em muito respeito e amor.

E foi nesse momento que lembrei novamente de Mamãe Zangada, e pude vê-lo com outros olhos. O livro explicita algo que às vezes queremos deixar esquecido: o impacto devastador que nossas palavras, gestos, atos impulsivos podem ter sobre nossos filhos. Faz a mãe pensar, refletir, reavaliar, e isso é sempre bom. Mas faz bem para os filhos também. Entreguei-o a minha pequena numa forma silenciosa de dizer: “mamãe nem sempre é legal com você, às vezes é injusta e te machuca. Eu sei disso e estou tentando mudar, mas eu nunca vou te deixar despedaçada, eu vou sempre juntar e costurar seus pedaços para te deixar inteira novamente, como você merece.” Não é fácil, mas criar filhos não é mesmo algo fácil de ser feito. E desta arte, eu sou eterna aprendiz.