21 março 2013

Tudo tem seu tempo...

Max
textos e ilustrações: Bob Graham
tradução: Monica Stahel
editora: Martins Fontes


2013 tem trazido muitas mudanças aqui em casa, principalmente para a minha filhota. A primeira grande mudança foi a ida para uma escola nova – uma escola grande, com todas as vantagens e desvantagens envolvidas. Tem piscina e aula de natação, parques grandes, quadra, e muito espaço. Também tem salas cheias e funcionário que não têm muito tempo para tratar o individual. Depois de cinco anos em uma pequena escola de educação infantil, com salas de no máximo 10 alunos (a maior que ela teve tinha 9 alunos), onde todo mundo se conhecia pelo nome, foi um baque grande para ela (e suspeito, maior ainda para mim).

Mas uma das coisas que mais gostei na nova escola foi da Biblioteca. Uma biblioteca grande, com muitas estantes de livros, mesas, cadeiras e espaço para interação. Além disso, é programada, uma vez por semana, uma ida à biblioteca, onde as crianças leem, ouvem leituras e as comentam. Cada criança tem uma carteirinha, a data da devolução do livro fica marcada na fichinha presa à ele e eles podem pegar os livros quando quiserem (desde que não tenham débitos, claro). Eu que fui uma rata da biblioteca da minha escola, fico muito empolgada com isso!!!

O livro da semana passada, em especial, me chamou atenção - aliás, chamou muita atenção da filha também, que ficou super eufórica com ele. Max é um superbebê, filho dos super-heróis Capitão Relâmpago e Madame Raio, que mora numa casa amarela em forma de raio. Max é um garoto muito esperto e amado, mas ele tem um problema: não sabe voar como os outros superbebês! “Todos faziam o menino pular, saltar e o lançavam ao vento, como uma pena... mas Max não voava. Devagarinho ele flutuava de volta para o chão.” Seu pai queria que ele brincasse com o passarinho, mas Max preferia brincar com o cachorro.  O avô lembrava que na idade de Max já deixava marcas das mãozinhas no lustre da sala. Na escola, Max não era um super-herói voador, ele era um menino comum, de capa e máscara...

Mas um dia, algo inusitado ocorreu! Uma catástrofe estava prestes a acontecer, e Max reage... voando. Pronto, Max agora sabe voar. Mas ele continua sendo um menino comum. Bem, não muito comum. Como diz seu amigo Abrão: “Todo mundo é diferente em alguma coisa, não é mesmo?” Max é um pequeno herói capaz de proezas silenciosas, e que não gosta que sua mãe o abrace em público.

Max me fez lembrar de uma conversa que tive com a filha há algumas semanas, quando seu segundo dente amoleceu. Com o primeiro, eu tentei convencê-la a arrancá-lo, mas ela preferiu esperar que ele caísse sozinho. Agoniada (como uma boa nordestina) com seu segundo dente mole, que aliás está molíssimo, tentei convencê-la a arrancá-lo. Ela se negou e argumentou assim: "Mamãe, todos os dentes têm sua hora de cair. E eu quero que meu dente caia na hora DELE".

Mais uma lição (re)aprendida com minha pequena. Tudo tem mesmo sua hora. Como os superbebês, que têm a hora certa de aprender a voar, e os dentes, que têm a hora certa de cair. Só queria entender porque insistimos tanto em acelerar os processos, e querer que o que não está em sua hora aconteça. Pffff!!! Às vezes fico cansada disso!

Continuo num processo de recomeço, esperando que os posts aconteçam no tempo DELES! rsrs