03 novembro 2019

Para nunca esquecer...

Elefantes nunca esquecem!
texto: Anuska Ravishankar
ilustrações: Christiane Pieper
editora: Manati

Um grande e assustador temporal faz um filhotinho de elefante perder-se de sua manada, deixando-o sozinho na floresta, assustado e indefeso. As coisas iam muito mal até que ele chega a um rio onde uma manada de búfalos se refresca e mata a sede. Mesmo assustado no início, ele começa a interagir e se divertir com um filhote de búfalo, mas um perigo aparece e todos precisam fugir. É nesse momento de fragilidade que os búfalos o acolhem, e daquele momento em diante o elefantinho perdido passa a fazer parte da manada de búfalo. Mesmo tendo orelhas muito grandes, focinho comprido demais, cor esquisita e não conseguindo mugir, foi com os búfalos que ele se sentiu em casa, pertencente a uma família.



Até o dia em que, já adulto, se refrescando com os búfalos em um rio, uma manada de elefantes se aproxima. E entre BARRRAAAM e MUUUUUUU ele fica dividido sobre quem ele é afinal: elefante ou búfalo? Ah, mas, no fim, a resposta era uma só...

Fiquei apaixonada por essa história, contada pela indiana Anuska Ravishankar desde a primeira vez que a li, de pé numa livraria. E na mesma hora me veio à mente como ela poderia ajudar numa conversa sobre inclusão e adoção. Por isso ele foi o presente para uma menininha muito querida por nós, e que faz parte de uma família por meio de laços muito mais fortes e importantes que os de sangue: os feitos pelo amor!

Acho que os livros infantis são instrumentos maravilhosos para nos ajudar a ter conversas por vezes difíceis - muitas vezes mais difíceis para nós, adultos, que para eles, crianças. Ou mesmo que não haja exatamente uma conversa, pode ajudar a fazer pensar e processar coisas que ficam quietinhas e doídas no peito. Foi assim com Menina Bonita do Laço de Fita, livro maravilhoso que fala sobre diferenças raciais e que eu contei aqui como nos ajudou.



Elefantes nunca esquecem! é um livro para nos lembrar o que realmente importa ser lembrado nessa vida, o que faz sentido na nossa trajetória. A resposta pode ser muito simples, mesmo que seja na contramão do que se convencionou achar...



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